A Associação dos Docentes da Universidade do Rio Grande do Norte (ADURN) será transformada em sindicato. Em assembléia realizada no dia 16 de junho, 96,8% dos associados disseram sim ao ADURN-Sindicato. “Venceu a democracia. Venceu o argumento político que fez tornar a nossa entidade respeitada pela categoria. Venceu a defesa da nossa liberdade para que trilhemos o caminho da federação”, disse o presidente da ADURN, João Bosco Araújo.
O direito dos professores de IFES de se organizar autonomamente em entidades locais, de base municipal, estadual ou nacional é inquestionável, e está amparado na Constituição Federal, na CLT e na Portaria 186 que disciplina a formação e desmembramento de sindicatos no Brasil.
De acordo com o Araújo, a transformação da ADURN em Sindicato e a formação de um Novo Movimento Docente, plural, democrático e representativo, é uma reação legítima dos professores ao aparelhamento por partidos e correntes que o Andes-SN sofreu ao longo dos anos e que a afastou, definitivamente, dos anseios dos professores das IFES. Isto levou os professores a buscarem novas alternativas de organização na busca de canais de negociação efetiva de seus interesses, os quais têm obtido pleno sucesso, com os acordos salariais de 2008 a 2010, com a recuperação da isonomia entre ativos e aposentados, com a equiparação das carreiras de ensino superior, básico, técnico e tecnológico, entre outras conquistas históricas.
A decisão é emblemática, pois assegura aos associados o direito soberano de manifestar-se sobre os rumos a serem seguidos por sua entidade. Mais do que isso, coroa uma luta em prol da soberania e da independência dos sindicatos dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior.
A mudança consolida uma nova fase do Movimento Docente brasileiro em que a diversidade e as especificidades do professor universitário deve se refletir na sua organização sindical. “Caminha-se para firmar a idéia de que a forma de organização que melhor se adéqua à nossa categoria é a Federação”, afirma Wellington Duarte, diretor de Política Sindical da ADURN.
Para Wellington Duarte, os desafios postos ao Movimento Docente exigem uma organização em que a representação respeite as diversidades postas no nosso cotidiano, propicie uma ampliação do espaço de discussão para problemas que se apresentam no dia-a-dia do professor, e que não é o mesmo em todas as universidades públicas federais.