A discussão entre a Prefeitura de Florianópolis e a UFSC sobre as mudanças no entorno viário próximo à universidade continua. Na universidade quem acompanha o assunto é uma comissão interna, formada por servidores indicados pelo reitor e outra mista composta por representantes da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e pela comissão da UFSC. João Carlos Fagundes, que participa das duas comissões, explica que a última ação realizada foi a entrega do relatório formulado pela comissão mista ao vice-prefeito e secretário de Transportes, João Batista Nunes. “A entrega do documento foi feita pessoalmente pelo reitor. Na ocasião ficou acertado que a prefeitura iria responder às solicitações feitas pela UFSC, o que, até agora, ainda não aconteceu”, assinala Fagundes.
Luiz Alberton, secretário de Planejamento e Finanças da universidade, explicou que paralelamente a UFSC vai cobrar da prefeitura algumas contrapartidas. “A universidade pediu, por exemplo, que fosse testado o sistema binário antes da duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira”. O secretário informou que há possibilidade de que a UFSC ceda parte do próprio espaço físico para a duplicação da rua, mas que dependerá da discussão entre universidade e comunidade, e que a mudança teria que ser pensada juntamente com o novo Plano Diretor.
O professor Roberto Lambert, um dos encarregados de elaborar o novo Plano Diretor, disse que haverá uma discussão para verificar a pertinência das opções e o impacto para universidade. “Estamos trabalhando com vários subcomitês [mobilidaded+ acessibilidaded+ uso e ocupação do solod+ segurança e integração com a comunidaded+ infraestrutura de suprimentos e descartes]. No segundo semestre vamos fazer uma reunião com membros da comunidade e os subcomitês para discutir o novo Plano Diretor e os pontos positivos e negativos da duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira”. No momento os subcomitês estão fazendo o levantamento das qualidades e dos problemas do campus. “A taxa de ocupação do campus é baixa e o índice de aproveitamento também, e nós temos que disciplinar esse uso para não evoluir de forma descontrolada”, avaliou Lambert.
Outra solução encontrada pelo comitê interno foi ouvir a opinião da comunidade acadêmica. Foram recebidas até o dia 30 de abril 144 sugestões de mudanças no sistema viário. Algumas das propostas da comunidade:
– Horários diferenciados de entrada e saída de veículos. Através de rodízios, uma ação conjunta: Eletrosul, UFSC e demais empresas e instituição da regiãod+
– Passarelas próximas das rótulasd+
– Implantar no entorno do Campus da UFSC o sentido anti-horário do trânsito, em sentido único (rótula do DAE, rótula da Carvoeira, rótula da Eletrosul S.A., e rótula do Córrego Grande). Sentido único da Carvoeira para o Centro, a partir da rótula da Carvoeira, e sentido único também do Armazém Vieira (Sinaleira) em direção ao acesso ao Córrego Grande, passando pela Eletrosul, pela Rua Deputado Antonio Edu Vieirad+
– Cobrar estacionamento nas vagas da UFSC, exceto para professores e servidoresd+
– Proibição de carros particulares no entorno da UFSC (circulam somente carros oficiais, ambulâncias, ônibus e táxis)d+
– Eliminação dos estacionamentos de carros na UFSC, Eletrosul, centros comerciais, igrejas, hospital, etcd+
– Ampliação dos pontos de ônibus e preparação para futuro metrô.
– Cobrar um sistema de transporte urbano de qualidade com abertura de concorrência e subsídio de tarifas pelo Estado.
Fagundes, membro da comissão da UFSC e da comissão mista, falou que as obras previstas seriam apenas um paliativo para o grande fluxo de veículos na região. “Para um projeto mais coerente com as necessidades viárias, seria preciso a realização de uma pesquisa de origem e destino, em que seria analisado o fluxo de pessoas que passam por aqui”. O vereador Lino Peres, que esteve no debate em que as propostas foram apresentadas para a comunidade universitária, comentou que o maior impedimento é que o atual projeto não está de acordo com a Lei Municipal 088/2001. Entre as divergências estão o tamanho das calçadas na Rua Deputado Antonio Edu Vieira, e o rebaixamento da pista, previsto na Lei de 2001.
A UFSC também propõe à prefeitura que ao redor do campus central, ou pelo menos em parte dele, sejam adotados limites e controles de velocidade, e sugere o limite máximo para 40 km/h, com controle feito por lombadas eletrônicas ou similaresd+ reestruturação das rótulas perto da UFSCd+ implantação de ciclovia em todo o perímetro da universidade e também no trecho da Rua Deputado Antônio Edu Vieirad+ e reforma da Rua Maria Flora Pausenwang, com a construção de novo acesso ao Hospital Universitário.