Professores têm até hoje para formular uma alternativa que fique dentro do limite de R$ 22 milhõesSem avanços nas negociações, a greve deve continuar na rede estadual de ensino. A decisão sai, hoje, da assembleia estadual dos professores. Ontem, o governo afirmou que as alternativas foram esgotadas e pediu que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) apresente, até hoje de manhã, uma proposta dentro dos limites financeiros do Estado ou escolha uma das três opções dadas até agora.
As propostas foram apresentadas entre 23 de maio e a última segunda-feira (ver quadro). Todas foram rejeitadas pelos professores, que não abrem mão dos valores da regência de classe de 40% sobre o salário-base para professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e de 25% para docentes do 6º ao 9º ano do fundamental e do ensino médio.
O secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, disse que a manutenção do índice aumentaria os gastos mensais em R$ 34 milhões. O limite do governo era de R$ 20 milhões, e chegou a R$ 22 milhões.
– Os recursos não virão mais apenas da pasta da Educação. Precisaremos recorrer ao tesouro do Estado – observou Deschamps.
Para ele, até agora apenas o governo fez concessões.
– Estamos há duas semanas fazendo melhorias. O Sinte não cedeu em nada. Isso não é negociar.
O documento entregue ontem aos professores, e que passou pela revisão do governador Raimundo Colombo, informa que se o sindicato não aceitar nenhuma proposta, elas serão retiradas e será mantida a medida provisória (MP) que paga o piso para 35 mil docentes que recebiam salário-base menor do que R$ 1.187.
Pedidos só depois da assembleia
A coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin, afirmou que o sindicato apresentará a proposta após discussão na assembleia estadual das 14h, na Passarela Nego Quirido, na Capital. Eles pedirão que o Estado mostre como vai repassar o reajuste do primeiro nível (de 94%) para o restante da tabela, como a categoria pede.
– Queremos saber como ele vai complementar essa aplicação do piso que ele fez. Em quantas parcelas e até quando isso será feito? – questionou.
Alvete disse que as propostas do governo serão discutidas, mas que dificilmente alguma será aceita e, por isso, a greve continua.
– Não aceitamos perder os valores da regência de classe. Estamos cedendo nossos direitos há dois anos e meio. A categoria não aguenta mais.
Ontem, o secretário da Educação, Marco Tebaldi, ressaltou que a lei não fala em progressão de carreira e que o cumprimento da lei – que prevê reajuste de 22% para 2012 – vai exigir a reestruturação da tabela atual.
– O plano atual é defasado. É preciso discutir a nova tabela. Por isso, propomos o grupo de trabalho – disse