Os estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que frequentam o Restaurante Universitário (RU) tiveram que buscar outro local para almoçar ontem, pois os servidores de lá aderiram à greve. O difícil será encontrar um estabelecimento que cobre R$ 1,50 o prato.
No lugar de estudantes, ao meio-dia de ontem o RU foi ponto de encontro dos servidores administrativos paralisados, que jogavam dominó e ouviam as músicas de Zé Ramalho, comuns em protestos. De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc), Celso Ramos Martins, 30% dos 2,8 mil trabalhadores estão em greve.
Enquanto o RU ficar fechado, Rodrigo Bosoni, 17 anos, vai passar a almoçar e jantar em casa. Ele mora perto da UFSC, mas lembra que outros colegas de longe terão que arcar com uma despesa a mais.
– Só um pastel e um suco custam uns R$ 5 nas lanchonetes do campus. Se está difícil para os servidores, eles têm direito de reivindicar, mas, perdemos o nosso direito ao restaurante – disse Rodrigo.
Os trabalhadores decidiram aderir à greve nacional na segunda-feira. Pelo menos outras 16 instituições de ensino no Brasil estão paradas. Entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial, a reversão da diminuição salarial sofrida pelos aposentados em 2004 e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição da mão de obra terceirizada.
– Hoje (ontem) pela manhã, haveria uma reunião entre os representantes da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) com o Ministério do Planejamento, mas o governo cancelou. Acredito que a estratégia dele é evitar a negociação enquanto estivermos em greve, mas vamos continuar. Esperamos que cedam – diz Martins.