Terminou sem acordo, por volta das 11h desta quarta-feira, a reunião entre representantes do governo e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte)d+ portanto a greve será mantida. Os professores rejeitaram a última proposta apresentada pelo governo, que sugeriu duas alternativas: os docentes devem elaborar uma nova proposta em 24h — respeitando o limite de R$22 milhões a mais no orçamento governamental — ou precisam escolher uma das três propostas já apresentadas até o momento.
Os professores vão reunir-se em assembleia estadual às 14h desta quinta-feira para decidir pelo fim ou pela continuidade da greve. Nesta quarta-feira a greve dos trabalhadores em educação do Estado chega ao 22º dia.
Impasse
Em assembleias regionais nesta terça-feira, os professores reafirmaram que não abrem mão dos valores atuais da regência de classe — um percentual sobre o salário-base. Ela vale 40% para os professores de 1º ao 5º ano do ensino fundamental e de 25% para os de 6º ao 9º e os de ensino médio.
Para cumprir o piso de R$ 1.187 no salário-base e dar reajuste salarial para todos os 66 mil professores, o governo propôs, na última segunda-feira, que os valores passassem a ser de 25% para os docentes que ganhavam 40% e de 17% para quem tinha 25%.
Apesar de o governo ter se comprometido a formar grupos de estudos para discutir uma nova tabela salarial em 120 dias, os docentes querem ainda uma proposta mostrando como será repassado o reajuste do primeiro nível, de cerca de 94%, para todos os outros patamares.
O que o governo aceitou da contraproposta
— A incorporação do Prêmio Educar e do Jubilar em valor percentual correspondente para cada nível. Por exemplo, para um professor de nível médio que ganha R$ 609 de salário-base, o abono representa 32,8%. Esse aumento foi dado sobre o salário-base
— Anistia aos grevistas de 2008
— Abono de falta aos grevistas de 2011, desde que haja reposição das aulas
— Fazer concurso público dentro de 12 meses
— Criar uma comissão para estudar nova tabela salarial, respeitando a progressão da carreira, em quatro meses e não seis, como queria o governo
— Revisão do decreto 5.593/210, que pune os professores com falta injustificadas, entre 2008 e 2010. Mesmo fazendo cursos, eles não progridem na carreira
— Revisão da lei dos ACTs
O ponto sem consenso
Regência de classe
— Na primeira proposta, o governo apresentou regência de classe de 15% sobre o salário-base para todos. Sindicato não abre mão da regência de classe de 40% para os professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e de 25% do 6º ao 9º ano do fundamental e ensino médio
— O governo apresentou a seguinte proposta: quem tinha 40% passa para 25%, e quem tinha 25% passa para 17% (prometeu estudar passar para 20% este valor)