Docentes rejeitam modificação dos índices de regência de classe e negociações ficam emperradasUma nova reunião, hoje, entre representantes do governo e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) pode ser uma última tentativa de acordo para pôr fim à greve do magistério, que chegou ao 22º dia.
A nova proposta salarial será encaminhada, amanhã, para votação em assembleia estadual em Florianópolis. Não haverá mais o encontro que estava marcado com o governador Raimundo Colombo.
A decisão foi tomada, ontem, depois das assembleias regionais dos professores, nas quais eles reafirmaram que não abrem mão dos valores atuais da regência de classe. Preocupado com a situação, Colombo entendeu que ainda não era o momento para se encontrar com os docentes, mas que deveria haver uma nova conversa entre governo e representantes do Sinte, hoje, às 10h, na sede da secretaria de Educação.
A regência de classe é um percentual sobre o salário-base. Ele vale 40% para os professores de 1º ao 5º ano do ensino fundamental e 25% para os de 6º ao 9º e os de ensino médio. Para cumprir o piso de R$ 1.187 no salário-base e dar reajuste salarial para todos os 66 mil professores, o governo propôs, na última segunda-feira, que os valores passassem a ser de 25% para os docentes que ganhavam 40% e de 17% para quem tinha 25%.
Apesar de o governo ter se comprometido a formar grupos de estudos para discutir uma nova tabela salarial em 120 dias, os docentes querem ainda que seja apresentada uma proposta mostrando como será repassado o reajuste do primeiro nível, de cerca de 94%, para todos os outros patamares.
– Os professores querem saber em quanto tempo isso será feito e em quantas parcelas o aumento será repassado – explicou a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin.
A nova tabela apresentada representa um gasto a mais de R$ 22 milhões por mês, o que ultrapassa o limite de R$ 20 milhões, estabelecido inicialmente pelo governo.
O secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, afirmou que foi feito o possível.
– Todos os nossos limites financeiros foram extrapolados. Amanhã (hoje) iremos sentar com os professores para ver se há ainda mais alguma coisa para ser feita. Não queremos é chegar num impasse – afirmou Deschamps