O conteúdo do currículo da escola pública de SC

Em artigo publicado no Boletim 730, de 04/10/2010, abordei os fundamentos filosóficos e metodológicos do currículo da Escola Pública de Santa Catarina (EPSC). O artigo também foi publicado no site www.escolasempartido.org. Agora enfocarei seu conteúdo.

Entendo por currículo, o conteúdo programático, filosófico e pedagógico, explicitamente expresso, praticado ou autorizado a ser praticado, bem como o abrangido pelos livros didáticos e as bibliografias e textos que lhe dão abrangência. Na palavra de seus autores o currículo assume as feições de um artefato social e cultural, portanto não constitui um elemento inocente e neutro. O currículo está implicado em relações de poder. O conteúdo central é o marco filosófico e também, segundo seus autores, o conteúdo das disciplinas virou questão secundária. Afinal, segundo currículo, o cidadão que forma é para uma “sociedade alternativa”. A face do currículo da EPSC, que não prepara o cidadão para a nossa sociedade, retrata uma aversão à economia de mercado e ao capitalismo.

A paranóia ideológica realmente impressiona. Qualquer texto virou espaço de doutrinação.  “É preciso que se aprofunde a discussão sobre uma noção de qualidade que seja política e não técnica, sociológica e não gerencial, crítica e não pragmática”, diz. São incapazes de imaginar uma qualidade que seja política e técnica, crítica e também pragmática?

Seguem algumas das aberrações do currículo:

– O ideário pedagógico do advogado José Marti (guru de Fidel Castro) mereceu entrar na bibliografia da matemática. Justamente da matemática! Estou muito curioso de conhecer esta peça que não consegui ainda encontrar. Parafraseando Tiririca, quando o encontrar, conto pra vocês o que é. Outra bibliografia da matemática visa, justamente, diminuir o poder do professor de matemática. Novo recurso pedagógico? Quanto pior, melhor?

– Nos Temas Multidisciplinares (TM), elaborados em 1998, é afirmado que não interessavam sugestões que produziriam poucos gênios ao lado de multidões de analfabetos. Que pena, hoje teríamos pelo menos alguns gênios já que analfabetos sobram! Aparece, também, um texto sobre educação sexual (objeto de todas as disciplinas), que usa linguajar muito banal, além de ser preconceituoso e conter incorreções. Diz que “… não há como entender a educação sexual sem levar em conta as categorias que sustentam o pensamento marxista:,…”. (Tirem as viseiras e abram as mentes)! Sobre a Igreja escrevem um monte de besteiras e o objetivo parece ser denegri-la. O preconceito se estampa na afirmação “A concepção religiosa moralista, fazendo prevalecer os valores burgueses … entre eles a idéia de postergar o sexo, …”. A inconveniência retrata-se na afirmação “… as pessoas que, ao longo da vida se auto-erotizam, sem culpa e medo, têm mais possibilidades orgásticas,…”. Esta afirmação posta para crianças é uma irresponsabilidade!

– O programa de história para a primeira e segunda séries (crianças de 6 a 8 anos, em fase de alfabetização), prevê legislação trabalhista, tipos de propriedade rural, questão social, reforma agrária, movimentos sociais, greves! Por isso é que precisam de 3 anos para alfabetização.

Concluo perguntando: Se os pais não aceitarem esta doutrinação para seus filhos, o que é um direito deles, o que vão dizer para eles? Aquilo que Lenin disse para a Inteligência Russa, enquadrem-se ou se mandem? Oh Inteligência cega!