“Depois de assumirmos compromissos para fazer o PAC, a COPA e as Olimpíadas, reajustes de mais de 61% nos salários dos 50 mil parlamentares do Brasil, do presidente, dos ministros, governadores prefeitos, além de seus secretários, o governo apresenta um reajuste de apenas 6,8% para o salário mínimo e um corte de gastos no valor de 50 bilhões no orçamento de 2011. Tudo isto porque os gastos públicos provocados pelo salário mínimo e pela saúde, educação e esporte podem trazer aumento nos preços, trazendo de volta a famigerada inflação. (…). E o mais grave é que deixamos o Brasil entrar em uma crise entre a aritmética e a moral” [Cristovam Buarque]
Os professores das Ifes entram o ano de 2011 com perspectivas não muito animadoras: enquanto os nossos parlamentares e administradores públicos findaram o ano de 2010 com vultosos reajustes, a ordem em 2011 para os trabalhadores e para o setor de produção é apertar o cinto.
Para as Ifes e seus professores, as conseqüências mais graves destas medidas são:
◆ o risco da perda do prometido reajuste em 2011 dos salários, que iria apenas nos fazer alguma justiça, equiparando os nossos ao do setor de CEampd+T do poder executivod+
◆ a contratação de docentes em condição temporária, fatalmente comprometendo a qualidade do ensino superior, sobretudo em setores novos das Ifes, dentro do programa Reuni, cuja base são professores concursados muito novosd+
◆ a ameaça sobre as verbas que se fazem necessárias para a expansão das Ifes e para a consolidação das novas universidades, entre as quais a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Isso acontece num momento em que o país se ressente da falta de mão de obra qualificada em áreas estratégicas que responda às exigências do crescimento econômico e que se traduz na necessidade de expansão das Universidades e Institutos Federais de vocação tecnológica.
Diante das grandes dificuldades que se apresentam, espera-se que nossas entidades de representação nacional convirjam, ao menos sobre as questões consideradas fundamentais para os professores. Um sindicato somente é forte quando representativo da máxima unidade possível.
Unidos pela experiência como professores de universidades, os docentes hoje são cada vez mais pragmáticos e terão interesse pelo sindicato na medida em que este responda concretamente às suas necessidades. O ano de 2011 é também o ano em que a Apufsc-Sindical deverá construir, juntamente com outras entidades em todo o Brasil, uma federação de sindicatos autônomos, que, mantendo o foco sobre as necessidades fundamentais da categoria, nos assegure uma representação nacional independente de partidos e de correntes político-ideológicas.
Mas não são apenas as questões nacionais que preocupam a Apufsc e que são de responsabilidade coletiva. Há questões mais diretas que merecerão intensa discussão, tais como:
◆ a manutenção, pelas vias administrativa e jurídica, do Registro Sindical, garantindo a representação dos professores das universidades federais em Santa Catarinad+
◆ o reforço da luta jurídica em defesa dos direitos dos associados da Apufsc Sindicald+
◆ a análise criteriosa do plano de carreira das Ifes e do processo de progressão funcional, pois suas repercussões ameaçam direitos adquiridos e a própria segurança jurídica profissionald+
◆ a avaliação das condições de trabalho e de ensino nas diferentes Unidades e campi avançados, considerando a realidade sociocultural e regional existented+
◆ a extensão das vantagens de subsídio dos planos de saúde a todos os professores, proporcionando tratamento igualitáriod+
◆ o esforço para garantir a isonomia entre os professores da ativa e aposentadosd+
◆ o aperfeiçoamento do desempenho administrativo e econômico-financeiro da Apufsc, assegurando melhores serviços aos associados e a sua garantia patrimonial.
Nosso objetivo é aprimorar a atuação da Apufsc com contribuições de todos os docentes das universidades federais em Santa Catarina. O Sindicato baseia sua estrutura de decisões no Conselho de Representantes.
Mais do que isto, o CR representa a vontade dos professores. Para que o Conselho cumpra o seu papel e para que a Apufsc exista como entidade de representação, é fundamental que os professores elejam representantes, comprometidos com os seus pares nos departamentos.