O MEC terá R$ 1 bilhão a menos para gastar em 2011, como resultado do corte de R$ 50 bilhões em todo o governo, anunciado esta semana pela área econômica.
Isso representará 1,3% a menos no orçamento do ensino, que deve cair dos R$ 72,8 bilhões previstos para R$ 71,8 bilhões.
O ministro Fernando Haddad reuniu-se na última sexta-feira com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Apesar do corte, o MEC recebeu sinal verde de que poderá nomear professores de universidades e escolas técnicas federais.
O ministério corre contra o tempo para contratar 3.500 professores temporários para lecionar neste primeiro semestre, em cursos criados pelo Reuni, o programa de expansão das universidades federais.
A ideia era realizar concursos, mas, por falta de tempo, a saída deverá ser a contratação de temporários, o que é feito por processo de seleção simplificado.
No MEC, o anúncio do corte de R$ 1 bilhão foi minimizado na semana passada.
O dinheiro deverá ser economizado com a redução de despesas de custeio, sem comprometer nenhum dos principais programas do ministério.
O MEC prepara um plano de ampliação do ensino técnico e melhoria da qualidade do ensino médio.
Uma das apostas é no ensino concomitante, isto é, alunos de ensino médio que frequentam a escola regular num turno farão curso técnico no outro.
A intenção do governo é ter o Sistema S como principal parceiro. Isso porque é o Sistema S que detém a maior rede de educação profissional no país. Fazem parte do sistema entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Na última quinta-feira, ao fazer seu primeiro pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê, a presidente Dilma Rousseff escolheu a educação como tema.
Ela anunciou a criação, neste primeiro semestre, do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, o Pronatec, e a aceleração do Plano Nacional de Banda Larga, para assegurar internet rápida em todas as escolas.
— Nenhuma área pode unir melhor a sociedade que a educação. Nenhuma ferramenta é mais decisiva do que ela para superarmos a pobreza e a miséria — disse Dilma.