Audiência Pública com UFSC, comunidade e Prefeitura discutiu alternativas para a Edu Vieira
Há consenso que é preciso fazer algo para melhorar o fluxo de veículos e pedestres na rua Deputado Antonio Edu Vieira, que circunda a UFSC no bairro Pantanal, mas não há consenso sobre como fazer isso.
A universidade concorda em ceder uma área de 15 mil metros quadrados para que a via seja duplicada no trecho que vai do trevo do Córrego Grande à rótula da Eletrosul. Em contrapartida, reivindica o fechamento da rua Delfino Conti para trânsito de fora da UFSC, melhorando as condições de trabalho naquela área com a redução do barulho e aumentando a segurança de quem trabalha ou estuda na instituição.
A comunidade do Pantanal, através de seu Conselho Comunitário, prefere ou que se retome o projeto de 2000, com a duplicação completa da Antonio Edu Vieira, ou que se faça um período de teste com mão única nesta rua no sentido Saco dos Limões-UFSC e no sentido inverso na rua Capitão Romualdo de Barros.
A Prefeitura Municipal de Florianópolis alega que não dispõe de recursos financeiros para fazer as desapropriações necessárias para duplicar todo o percurso, que custaria em torno de R$ 25 milhões, de acordo com o secretário de Obras, Luiz Américo Medeiros. Aceita, obviamente, a doação da área pertencente à UFSC, mas alega que, no momento, é inviável fechar a rua Delfino Conti para o tráfego.
Essas foram algumas das principais posições apresentadas na audiência pública realizada na noite da última segunda-feira, dia 13, no Conselho Comunitário do Pantanal.
Aproximadamente 100 pessoas participaram da reunião, que contou com a presença do vice-prefeito e secretário de Transportes, João Batista Nunes, do secretário municipal de Obras, Luiz Américo Medeiros, do professor João Carlos dos Santos Fagundes, da Coordenadoria de Planejamento de Recursos e Ocupação Física (CPROF) da Secretaria de Planejamento e Finanças da UFSC, além de representantes do Conselho Comunitário, do IPUF e de moradores do bairro.
Saturação
A rua Deputado Antonio Edu Vieira está saturada e recebe atualmente cerca de 37 mil veículos por dia. O projeto elaborado pelos técnicos da Prefeitura prevê, além da duplicação do trecho de cerca de um quilômetro entre as rótulas do Córrego Grande e da Eletrosul, a revitalização do outro trecho, que vai até o Armazém Vieira. A via ganharia ciclovia, passeios, acostamentos e estações de transbordo de ônibus, além de nova pavimentação e drenagem.
Esse trecho revitalizado formaria o que os técnicos chamam de “binário” com a rua Capitão Romualdo de Barros, ou seja, mão única nas duas vias, uma para ir e outra para vir do Saco dos Limões, tendo a rua Cesar Seara, que passa em frente à Elase, como ligação entre elas.
A obra está orçada em R$ 5,8 milhões pela Prefeitura, mas a licitação aberta em outubro foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado por irregularidades no edital. O TCE entendeu que faltavam ao projeto um estudo de tráfego e uma proposta de desapropriações.
O secretario de Obras avaliou que se tudo estiver pronto para a licitação, incluindo a cessão da área da universidade, até janeiro, a obra pode começar até o final do primeiro semestre de 2011, com previsão de ser concluída em um ano. A UFSC precisa aprovar a cessão da área de 15 mil metros quadrados em reuniões dos conselhos universitário e de curadores.
Representado por Carlos Roberto Vieira, o Conselho Comunitário do Pantanal, discorda do projeto, por entender que ele não resolve o problema e só transfere o gargalo do trânsito da UFSC para o bairro.
Os moradores propõem uma solução alternativa, a ser testada por um período, com a ampliação do chamado binário até a Beiramar nas imediações do shopping Iguatemi, sem que seja feita a duplicação inicialmente prevista, passando pela rua Maria Flora Pausewang, em frente ao Hospital Universitário.
Agora todos os setores envolvidos terão que buscar o consenso que falta para definir quais as melhorias que deverão ser feitas na região.