Mesmo distante 650 quilômetros da UFSC o agricultor Nei Frezza e sua família, que moram em Jupiá, foram beneficiados com o conhecimento produzido pela universidade. Há um ano eles participam do Programa de Produção Agroecológica de Leite, uma parceria entre a universidade e a Secretaria de Agricultura do município.
No início do projeto, um professor e quatro alunos dos cursos de Agronomia e Zootecnia da UFSC permaneceram dois dias na propriedade fazendo um mapeamento por GPS, levantamento da pastagem, entrevista com o produtor e diagnóstico da propriedade. Eles voltaram para Florianópolis e, durante três meses, montaram o Projeto de Planejamento e Uso Integrado da Unidade de Produção Familiar. Com o projeto pronto, voltaram a Jupiá para entregar as sugestões para a família Frezza.
Uma das sugestões foi a adoção do método Voisin, que consiste em dividir a pastagem em cercados de aproximadamente 900 metros quadrados, também chamados de piquetes. Na propriedade de Frezza foram 58 cercados, feitos com palanques e cerca elétrica. O método oferece água abundante, para evitar o deslocamento desnecessário dos animais, além do rodízio na pastagem, o que permite a recuperação de um espaço enquanto o gado se alimenta em outro.
Nei disse que sempre quis produzir de forma agroecológica, mas não dominava o assunto. Até a introdução de novas variedades de pastagem, como a alfafa, foi adotada. Um técnico da Secretaria municipal de Agricultura ficou responsável por acompanhar a implantação do projeto, com a visita dos estudantes da UFSC a cada três meses. O agricultor ganhou livros que ensinam a melhorar o manejo. Sua produção ainda não é totalmente agroecológica, mas ele já diminuiu muito o uso de medicamentos – que ele trocou por homeopatia – e eliminou a adubação química. Com isso, sua renda aumentou cerca de 20%.
Nei possui 13 vacas em produção numa área de seis hectares de pastagem e vende 6 mil litros de leite por mês. Sua renda bruta é de R$ 4,2 mil.Com o auxílio do técnico da prefeitura, o agricultor construiu uma sala de ordenha, em alvenaria, com sala para o computador e espaço para o resfriador do leite. Antes, tudo era feito numa estrebaria de madeira. O dinheiro veio com um financiamento de R$ 25 mil do programa Revitalizar, do governo do Estado. O motivo é que a construção facilita o manejo das vacas e a ordenha de mais animais ao mesmo tempo. Assim, sobra tempo para tomar chimarrão com a mulher Ediana e curtir o filho Luiz Felipe, de dois anos. A propriedade já serve de modelo para outros agricultores.
OS NÚMEROS
83 cursos presenciais de graduação
19.660 alunos
5.881 vagas abertas
68 mil alunos graduados em 50 anos
18 mil estudantes pós-graduados em 50 anos
13 cursos de graduação na modalidade à distância
5.389 alunos matriculados nos cursos à distância
56 mestrados
43 doutorados
1.651 professores
2.874 servidores técnico-administrativos
1,6 mil linhas de pesquisa
5 mil ações de extensão
300 extensionistas