Com a previsão de construir mais 50 mil metros quadrados de edificações nos próximos anos, a UFSC alterou as diretrizes para a licitação e contratação de projetos de construção. A portaria 859/GR/2010, de 28 de junho, estabelece 34 itens que devem ser contemplados nos projetos e que têm o sentido de obedecer “critérios de eficiência energética, racionalidade do uso de recursos e sustentabilidade”.
A justificativa da portaria ressalta que por ser a UFSC uma instituição pública “não se pode permitir aqui apresentar e ensinar conceitos modernos de práticas as mais diversas e, ao mesmo tempo, ignorar essas práticas nas soluções adotadas internamente para o seu funcionamento”.
As determinações foram estabelecidas pelo Comitê para o Uso Racional de Recursos da UFSC e sua execução deverá ser fiscalizada pelo Escritório Técnico da universidade (Etusc). As normas estabelecem, por exemplo, que medidas para minimizar a carga térmica precisam ser adotados nos projetos das coberturas e das paredes externas das edificações, tais como “cobertura com material que absorva pouco calor, pintura de cobertura com tinta especial e com clar#mce_temp_url#as, uso de brises [quebra-sol] adequadamente posicionados”.
Os projetos de construção também devem garantir o isolamento acústico dos ambientes, aproveitamento das águas das chuvas, uso de torneiras com fechamento automático e de caixas de descarga com válvula dual. No caso de necessidade de água quente, deve haver sistema de aproveitamento de energia solar para aquecê-la. A portaria 850 determina ainda que a proposta arquitetônica deve contemplar espaço físico específico para coleta de materiais recicláveis.
Os projetos de climatização de ambientes e de iluminação têm que apresentar soluções para usar a ventilação e a iluminação naturais, respectivamente. A iluminação tem que utilizar equipamentos de elevada eficiência e as cores utilizadas nas pinturas das paredes no mobiliário devem ser claras. No caso de utilização de madeira, o material deve ser certificado.
As medidas elevam os custos de construção, mas este aumento é amortizado ao longo do tempo com a redução no consumo de energia e dos custos de manutenção dos prédios tendo em vista o uso de materiais de melhor qualidade. Por outro lado, além de tornar as edificações mais agradáveis para as pessoas que trabalham na UFSC, os benefícios para o meio ambiente são indiscutíveis.