A greve nacional dos bancários continua em todo o país, e muitas agências permaneceram fechadas nesta segunda-feira em Santa Catarina. Por enquanto, não há previsão para o término da paralisação, que pede reajuste salarial e outros benefícios.
O Comando Nacional da Grave se reunirá nesta segunda-feira em São Paulo para avaliar o movimento e discutir os próximos passos. A Federação dos Trabalhadores das Empresas de Créditos de Santa Catarina (Fetec-SC) espera que, após a reunião, seja retomada as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
— A esperança que isso aconteça já esta semana — planejou Maria Terezinha Rondon, representante da Fetec-SC.
Segundo Terezinha, a paralisação ocorre em agências bancárias em todas as regiões de Santa Catarina. O atendimento foi mais prejudicado em estabelecimentos da Caixa Econômica Federal, que teve quase 100% dos funcionários aderindo à greve.
Dos cerca de 4 mil bancários da Grande Florianópolis, 60% aderiram à paralisação, apontou números divulgados pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Florianópolis e Região (Seeb). A orientação para os clientes é procurar por agências abertas.
— Como o serviço bancário não é considerado essencial, as agências fechadas mantiveram apenas a compensação, que está determinada na Lei de Greve. Mas também há agências que estão funcionando normalmente — explicou Milano Cardoso Cavalcante, secretário de Comunicação e Imprensa do Seeb.
Alternativa para clientes
Quem precisa retirar dinheiro ou pagar contas pode recorrer às lotéricas e terminais de autoatendimentos “autônomos”, situados fora das agências bancárias, em shoppings e postos de combustíveis.
Reivindicações
Os bancários dizem que só voltam às atividades se houver acordo com a Fenaban. Eles reivindicam reajuste salarial de 11%, abertura de concurso público para os bancos públicos, mais contratações para as agências privadas, participação nos Lucros e Resultados (PLR), vale-refeição, vale-alimentação, auxílio-creche, pisos maiores, auxílio-educação para todos, segurança contra assaltos e sequestros e melhores condições de trabalho.
Segundo a Fenaban, que ofereceu 4,29% de reajuste, os grevistas abandonaram a mesa de negociações, apesar de a Federação ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real. A entidade diz também que aceita discutir os benefícios da convenção coletiva, inclusive a participação nos lucros e resultados.
De acordo com a Fenaban, os bancários vêm recebendo aumento real, acima da inflação, todos os anos, desde 2004, e contam com a melhor convenção coletiva de trabalho do país, a única de âmbito nacional e garantia de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A entidade aponta também que os bancários têm a maior lista de benefícios, incluindo a menor jornada de trabalho do país, de seis horas e cinco dias por semana (30 horas semanais, enquanto a jornada legal para outras categorias é de 44 horas semanais).