Mais de mil pessoas participaram, ontem, em Biguaçu, da segunda audiência pública sobre a instalação do estaleiro OSX, projeto do bilionário Eike Batista para a cidade. Hoje, na Capital, será realizada a terceira e última audiência.
O presidente da Fatma, Murilo Flores, coordenou a mesa, formada também pelo diretor de sustentabilidade do grupo EBX, Paulo Monteiro, e pelo representante da Caruso Jr. (consultoria que fez o estudo de impacto ambiental), João Teixeira.
Monteiro apresentou o projeto em 15 minutos e Teixeira teve uma hora para mostrar os impactos estudados e as soluções apresentadas pelo empreendedor para minimizar os problemas. Depois o espaço foi aberto às perguntas dos presentes.
Foram inscritas 115 perguntas. Enquanto uns tiraram dúvidas sobre detalhes dos impactos previstos e as soluções apresentadas, outros aproveitaram o tempo de três minutos de fala para defender o estaleiro. O projeto aguarda a licença ambiental para confirmar o início das obras.
Até crianças da câmara de vereadores mirim de Biguaçu fizeram pergunta sobre o investimento em educação e cultura. Monteiro garantiu a participação em projetos de educação e disse que era a primeira vez que respondia a um vereador mirim.
Com base no desastre ambiental do derramamento de óleo nos Estados Unidos, um participante perguntou se a EBX não busca fontes de energia menos poluentes do que o petróleo. Monteiro respondeu que o Brasil ainda vai precisar muito de petróleo pelos próximos 50 ou cem anos e é preciso ter tecnologia para garantir produção com segurança.
Também foram abordados pontos polêmicos como o impacto para pesca e maricultura, a poluição por arsênio, a erosão de praias como a Daniela (na Capital) e a sobrevivência dos golfinhos. Monteiro defendeu que a empresa prega o desenvolvimento sustentável, que definiu como respeito ao meio ambiente com criação de oportunidades.