Como esperava que esta nova organização sindical mudasse o rumo da política universitária, como esperava que intelectuais desta universidade surgissem da escuridão que marcaram anos de dirigismo, sectarismo e outros ismos no sindicato, como esperava que o sangue jovem exorcizasse os fantasmas do passado e que, finalmente, pudéssemos escrever um pouco de historia. Mas não, velhos conhecidos dos palanques eleitorais continuam a nos embotar com discursos ocos, velhas táticas de descrédito pessoal continuam sendo utilizadas como argumentos de debate, fantasmas de décadas passadas são convocados por jovens e o marasmo toma conta dos temas de debates importantes. Será que não temos nada melhor que fazer do que nos embrenhar em um debate sobre as mazelas da “direita” e da “esquerda”, se é que estes conceitos ainda podem ser utilizados, será que a URP, que tanto mal fez à equidade dos salários docentes, ainda pode ser centro de atenção do movimento universitário, alimentando os oportunistas de ocasião que querem tirar partido do sofrimento de alguns atingidos pela retirada de parte do ordenado, será que para próxima diretoria da Apufsc vamos convidar os dirigentes da natimorta Ssind-Andes-UFSC, que estão agora sem serviço?
Parece que participar de um sindicato se resume a pagar, via contribuição sindical, de forma que uma meia dúzia tenha recursos para cuidar dos assuntos do sindicato. Mas esta meia dúzia não deve perturbar demais, afinal nós os professores estamos tão… ocupados.
E o salário, a carreira e a possibilidade de não poder contratar pessoal por 10 anos na universidade, dentre outros temas pouco relevantes, a gente debate no bar da Nina.
Quem sabe um grande evento no novo prédio, ou uma assembléia convocada para alguma coisa ou uma greve por quem sabe o que seria uma boa oportunidade para que os oradores de sempre usem o microfone e nos lembrem do ruim que foi o passado recente do sindicato e, assim, retomar o rumo de mudanças que queríamos implementar quando o movimento NOVA APUFSC nasceu.
Que pobreza…