Após escrever o texto “A subversão comunista e a gênese da contra-revolução de 1964”, publicado no boletim da Apufsc nº 707, esperava alguma resposta estereotipada tipo panfletária, ou uma vociferação contra algo abstrato, como já estamos saturados de ver na argumentação da esquerda ofendida, mas, confesso, não esperava tanto cinismo e degradação intelectual, particularmente por estarmos no ambiente acadêmico, no qual questionar faz parte da nossa natureza.
E assim foi que alguns, que se deram ao trabalho de me criticar publicamente neste mesmo boletim ou reservadamente via e-mail, fugiram da discussão tentando se refugiar atrás de uma argumentação emocional envolvendo as vítimas do regime. Ora, se aceitarmos que o sofrimento alheio é razão suficiente para desqualificar um argumento, então devemos prontamente desqualificar o leninismo pelas mortes de milhares de russos. No entanto, se alguns ainda dão ao leninismo alguma credibilidade isso se deve ao alcance das idéias de Lênin e não pelo fato dele ter sido um notório homicida, inclusive de crianças como atestam Alexei e Anastácia filhos do czar. Assim, o apelo emocional se revela anti-acadêmico e tal recurso, sem dúvida alguma, nada mais é que uma tentativa vã de fugir da responsabilidade de discutir o tema proposto, o que incorre na prática da desonestidade intelectual mencionada em meu artigo supra citado.
Um novo ponto de discussão que surge desta crítica emocional é: “porque alguns ditos de esquerda tratam de maneira parcial os acontecimentos históricos envolvendo a contra-revolução de 31 de março, distorcendo fatos e omitindo outros para impor sua opinião?” [E será que não fazem isso também dentro das salas de aulas “ensinando” a sua versão tendenciosa?]. A quem pensam que estão enganando? Se têm alguma “verdade” escondida que falem. Ou se não são capazes de discutir o assunto com a devida honestidade intelectual, então que tirem essa máscara e assumam que estão na verdade tentando enganar os incautos que encontram por ai. Este foi o diagnóstico que fiz no fim do meu artigo publicado no boletim 707.
Mas, mesmo que pedidos de desculpa apareçam, ou que outros se apressem em tentar corrigir a fraqueza de sua própria argumentação, o que foi dito está dito, e não adianta falar com quem não tem nada a dizer,… Não,… Não,… Deixa para lá,… Em maio teremos dias magníficos pela frente, ideais para uma pescaria.
Colegas às vezes perdem o bom senso… Esses colegas…