Nos dias 28 e 29 de abril a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte vai realizar um plebiscito para decidir se a Adurn deve desfiliar-se do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e se deve se transformar em um sindicato independente e soberano.
Para o presidente da Adurn, João Bosco da Costa, a desfiliação vai recuperar a política de lutas em prol dos professores do ensino superior. “O Andes perdeu o foco inicial e hoje privilegia pautas de confronto geral com o governo. Quando é preciso lutar por questões específicas do ensino superior, ficamos praticamente sem representação”, disse João Bosco, que defende a desfiliação.
O presidente do Andes, Ciro Correia, negou que o sindicato tenha mudado o foco de suas lutas e que trabalha independente do partido político que está no poder. “Nós sempre fomos contra às políticas governamentais para a educação. Não é porque é o PT que está no governo que vamos deixar de criticar a falta de financiamento e maiores benefícios para os docentes. Nós defendemos sim a categoria”, disse Ciro Correia, que veio a Natal para participar de um debate a respeito do tema.
Além dele, estiveram presentes o vice-presidente do Fórum dos Professores das Instituições federais de Ensino Superior (proifes), Eduardo Rolim, e os presidentes dos Sindicatos dos Professores das Universidades Federais de Minas Gerais e Santa Catarina, José de Siqueira e Armando Lisboa, respectivamente.
O Proifes defende o diálogo com o governo e aponta que o suposto atrelamento do Andes ao interesse dos partidos deixaria as demandas dos professores em segundo plano. “Nós já temos representantes de dez Andes do país e já conseguimos muitas vitórias, como por exemplo, a recuperação da paridade dos salários dos professores ativos e aposentados. Isso se deve porque estamos focados em representar os professores e não discutir questões ideológicas”, disse Eduardo Rolim.
No Brasil as universidades federais da Bahia, Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Carlos e Santa Catarina se desfiliaram do Andes. Outras instituições do país também estão debatendo a respeito do tema.