A Presidência da República assumiu as negociações sobre a greve na Universidade de Brasília. Em reunião com o Comando de Greve da UnB, na manhã desta terça-feira, 20 de abril, o chefe de gabinete do presidente Lula, Swerdenberger Barbosa, criticou a demora na solução do impasse sobre a URP e disse que o presidente vai convocar reunião com a presença do Ministério do Planejamento (MPOG), UnB, Advocacia-Geral da União (AGU) e a Presidência da República até a próxima quinta-feira.
Além do chefe de gabinete, participou da reunião o assessor da Secretaria-Geral da presidência, Manuel Messias. “Eles ficaram surpresos com o fato de o ofício do MPOG garantir o pagamento integral só para os docentes”, comentou o professor Rodrigo Dantas, do Departamento de Filosofia. “E afirmaram que vão botar frente a frente todos os envolvidos, caso o MPOG não resolva o problema nas próximas 48h”, completou.
O reitor José Geraldo de Sousa Junior articulou a reunião no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em conversa com Swerdenberger. “O presidente Lula já se manifestou politicamente sobre a manutenção do pagamento integral para todos os servidores, sem distinção, até o julgamento do mérito na Justiça. Não cabe a exclusão dos servidores técnicos, pois a natureza da causa é a mesma”, afirmou o reitor, que elogiou a iniciativa da presidência de assumir a solução do problema que parou a UnB em 9 de março.
Os representantes da universidade foram recebidos no CCBB – sede provisória do Palácio da Alvorada – após uma carreata pacífica que levou cerca de 100 pessoas ao lugar. O grupo saiu da UnB às 11h desta terça-feira.
MPOG
Ao mesmo tempo em que os grevistas eram recebidos no CCBB, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, conversou com outros líderes do movimento. A reunião foi pedida por Swerdenberger Barbosa após conversa com o reitor da UnB.
Este encontro, porém, não trouxe novidades. Bernardo reafirmou que o pagamento da URP integral aos funcionários técnico-administrativos da UnB só será feito se a AGU expedir um novo parecer.
Segundo a assessoria de imprensa do MPOG, o ministro alegou que as decisões judiciais favoráveis aos técnicos da universidade – do Tribunal Regional Federal (TRF) e da AGU – não deixam claro sobre qual estrutura remuneratória deve ser feito o pagamento da URP, se de 2009 ou 2005.
“Nós não concordamos com essa interpretação, mas vamos, novamente, recorrer à Advocacia para assegura o pagamento”, afirmou Cosmo Balbino, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação UnB (Sintfub).