Hoje é um dia especial para os três estados do Sul: a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com sede em Chapecó, dá início às aulas, recebendo os primeiros 2.160 estudantes. A julgar pelos dados do seu processo seletivo, a UFFS será a primeira universidade pública popular do país, pois ela não replicará o perfil socioeconômico dos estudantes da maioria das universidades brasileiras. Apesar da expansão dos últimos anos, o campus brasileiro é, sabidamente, mais rico que a sociedade e, nem de longe, a origem de seus estudantes reproduz os 89% de matrículas públicas que temos no ensino médio. Em alguns cursos de graduação, 92% dos estudantes são oriundos dos 11% do ensino médio privado.
Por tudo isso, os dados da UFFS são surpreendentes: 91% dos seus estudantes são oriundos da escola públicad+ 56% vêm de famílias que ganham até três salários mínimosd+ e 87% são, na família, a primeira geração a chegar à universidade. Para os que são da região onde a UFFS se instala e teriam que migrar para as capitais para poderem continuar os estudos, estas notícias são alvissareiras.
Com a UFFS, chega a oportunidade para que, também, o filho do pequeno agricultor e do trabalhador possam usufruir de uma educação superior de qualidade assegurada pelo Estado brasileiro. A UFFS trará benefícios diretos à região, mas a sua missão é nacional. Ela surge de um esforço maior, associado a uma imagem de futuro para o Brasil: um país avançado, soberano, democrático e inclusivo. Para que esta imagem se torne realidade e cheguemos ao patamar dos países desenvolvidos, é urgente matricular, pelo menos, 40% dos jovens na educação superior.
A primeira universidade pública popular do Brasil, a Universidade Federal da Fronteira Sul, voltada para o futuro, se sente orgulhosa de participar deste esforço. Que a sua chama possa revelar os talentos que até aqui estavam ocultos pela falta de oportunidade!