A declaração do ministro do Planejamento à UnB Agência de que o pagamento da URP a todos os funcionários da UnB seria uma “liberalidade descabida” mobilizou a comunidade universitária (leia aqui). Após a publicação da notícia, a Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) pediu esclarecimentos ao ministério. “Não acredito que o ministro Paulo Bernardo tenha falado que uma decisão da Justiça pode ser discutida. Eu quero que ele confirme isso”, diz o professor Flávio Botelho, presidente da ADUnB.
Para o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, Raul Cardoso, “descabido” é o valor pago aos profisionais que trabalham com educação no Brasil. “É preocupante ter um ministro que fala uma coisa dessas. Parece até que não sabe da péssima política salarial dos professores, que agora enfrentam uma ameaça de corte de um quarto do salário”, observou.
Segundo Raul, a volta às aulas, no próximo dia 8, marca também o retorno das atividades em prol da manutenção da URP. “Estamos acompanhando as negociações, mas com a volta às aulas vamos montar uma agenda de ações na universidade em parceria com professores e técnicos.”
Cosmo Balbino, um dos coordenadores do Sincato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), não ficou surpreso com a declaração. “É o que todo mundo já sabe, está no parecer do ministério”, afirma. Cosmo diz que esse entendimento está errado ao desconsiderar o direito dos funcionários à URP. “O pagamento também é devido a nós. Houve um equívoco quando o Planejamento analisou o processo. Não viu a nossa apelação cível, que manteve a liminar que nos garantia a URP”, lembra.
No dia 16 de março, ADUnB e Sintfub farão assembleias para discutirem a mobilização pelo pagamento integral da parcela. O Sintfub já votou, em assembleia, indicativo de greve.