Não se trata de impressão apenas. Os dias de fevereiro, segundo a meteorologia, estão, de fato, mais quentes. Ao menos nove capitais estão com as temperaturas acima da média, e o Rio lidera o ranking do calor.
A cidade, que costuma ter fevereiros com máxima de 30°C, em média, tem registrado seis graus a mais. Ontem, em mais um exemplo de clima tórrido, o termômetro na praça Mauá (centro), anotava 40,5°C -a sensação térmica cozinhou os cariocas ao bater nos 48°C.
Em São Paulo, a temperatura já marca quatro graus acima da média, que é de 28°C, diz o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). No dia 23 de fevereiro do ano passado, a máxima foi de 31,5°C, segundo o
Outras capitais que registram calor acima do normal são Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre e Vitória.
Segundo o meteorologista Olivio Bahia, do Cptec, o calor mais forte é causado por um fenômeno comum no verão conhecido como Alta da Bolívia.
Tal fenômeno, que recebe esse nome porque seu núcleo fica sobre aquele país, é um sistema que pressiona o ar de cima para baixo. Aquecido pelo sol, o ar fica comprimido na superfície e o calor aumenta.
Com isso, o ar quente e úmido não sobe, o que dificulta a formação de nuvens. Isso faz com que a temperatura se eleve ainda mais, pois a exposição à radiação solar é maior.
Segundo Bahia, ao contrário do ocorrido em janeiro, quando houve excesso de chuvas, em fevereiro a Alta da Bolívia está prevalecendo, o que explica a sequência de dias quentes.
A chegada de uma frente fria hoje deve refrescar o clima em São Paulo ao menos até sábado.
Radiação ultravioleta
De acordo com o Cptec, ontem, às 12h, o índice de radiação era considerado extremo em todo o país, variando de 11 a 14 (índice máximo).
Em São Paulo, ficou em 14. Em dias assim, a orientação é evitar o sol, principalmente ao meio-dia, e usar protetor solar e acessórios como chapéu, boné e óculos escuros. A exposição à radiação pode provocar queimaduras na pele e, a longo prazo, câncer de pele.