Conferência na UFSC defende democracia na comunicação

Com apoio da Apufsc, foi realizada na última terça-feira, dia 20, a Conferência Livre de Comunicação da UFSC, no auditório do CCE, evento que faz parte do processo que vai culminar na realização da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

A Conferência foi aberta pelo presidente da Apufsc, Armando de Melo Lisboa contou com palestras dos professores da UFSC, Carlos Locatelli, Valci Zucoloto e José Eduardo de Lucca, do deputado estadual Amauri Soares (PDT), além de Thiago Skarnio e Vera Gasparetto. O debate foi coordenado pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Rubens Lunge.

Em sua fala, Lunge criticou o monopólio da comunicação no estado e o fim do registro do diploma de jornalismo, destacando a campanha que busca mobilizar as escolas de jornalismo e profissionais da área na luta pela volta da exigência de formação universitária para o exercício da profissão.

Carlos Locatelli, professor do curso de Jornalismo da UFSC, ressaltou da importância de se discutir a comunicação como um bem público. Há um cipoal de leis que promovem uma blindagem contra o interesse público, favorecendo o capital, avalia.

Locatelli cobrou maior participação da Universidade neste debate. Também defendeu a revisão das concessões no setor de radiodifusão, a valorização e o incentivo à produção regionald+ ampliação do espaço público da comunicaçãod+ apropriação pela sociedade das novas tecnologias e valorização interpessoal no acesso as formas alternativas de comunicação.

O deputado Amauri Soares, vice-presidente da Conferência de Segurança Pública em Santa Catarina, defendeu a democratização dos meios de comunicação e ressaltou que “o que não está na grande mídia, não está no mundo”. O parlamentar criticou o monopólio na área de radiodifusão e defendeu maiores investimentos na comunicação pública.

Pesquisador em Software Livre, José Eduardo de Lucca, professor do Departamento de Informática e Estatística (INE) do Centro Tecnológico (CTC) da UFSC defendeu a importância do debate em torno do software livre, que considera uma das “liberdades fundamentais do indivíduo na democracia”.

De Lucca defendeu a conquista do Software Livre pela população, posicionando-se contra o software proprietário, e contra os monopólios na emissão. Entende que o “software livre abre a possibilidade de termos uma sociedade livre, aberta e plural”.

O pesquisador destacou que “a sociedade também tem que se apropriar deste debate e, mais do que isso, defender suas idéias para garantir o acesso público e democrático em torno das novas tecnologias”

A professora do curso de Jornalismo da UFSC, Valci Zucoloto, diretora de Educação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), apresentou as propostas defendidas pelo FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) e pela Fenaj. Thiago Skárnio do projeto Alquimídia de cultura digital, proposta incentivada pelo ministério da Cultura, entende que “não há como fazer cultura sem ser através dos meios de comunicação” e que, portanto, é preciso democratizar o acesso da sociedade à mídia.

A jornalista Vera Gasparetto, presidente da Comissão Organizadora Estadual da Confecom em SC e integrante da Escola Sul da CUT, apresentou um panorama da conferência no estado, destacando a realização de conferências municipais e intermunicipais. Gasparetto criticou o fato do governo estadual não ter convocado a conferência, apesar de todas as tentativas da comissão pró-conferência.

A conferência também referendou o documento preliminar de propostas que está servindo como base para o debate nas conferências realizadas no estado. A íntegra do texto pode ser conferida no site da Apufsc (www.apufsc.ufsc.br).