Cambia lo superficial, cambia también lo profundo.
Cambia el modo de pensar, cambia todo en este mundo.
Cambia el sentir un amante, cambia el rumbo el caminante, aúnque esto le cause daño.
Y así como todo cambia, que yo cambie no es extraño.
Pero no cambia mi amor, por mas lejos que me encuentre,
ni el recuerdo ni el dolor de mi pueblo y de mi gente
(Julio Numhauser)
Nesta semana, os “companheiros” que procuram manter viva a SSind na UFSC trazem o presidente da Andes. Argumentam que defendem a unidade nacional, pois a decisão da maioria dos sócios da Apufsc rompe tal unidade.
Contra-argumentar que são eles que rompem a unidade na base da categoria reproduziria o habitual maniqueísmo político (caricaturizado por Millor: “ditadura é quando você manda em mim. Democracia é quando eu mando em você”).
Esta não é a questão.
Com este ato, a Andes desrespeita as regras do jogo, o que compromete a sobrevivência de qualquer sociedade. Os que propõem “manter viva a SSind na UFSC” agem à revelia do princípio democrático vigente na própria Andes, que assegura acatar o que for decidido nas AGs das bases. Assim se dá a deliberação sobre a participação em greves. Desrespeitam também outro princípio, que assegura autonomia às ADs, inscrito no art. 1º, §1º do nosso Regimento.
Os últimos editoriais da Apufsc reiteram que estaremos juntos com a Andes nas causas comuns. Não estamos rompendo a unidade, pois a estamos construindo afirmando nossa plena soberania e salvaguardando nossa sobrevivência como sindicato.
Mas a Andes, ao desconsiderar a decisão da maior AG da história do MD, não é recíproca e explicitamente busca a cisão. Como entidade nacional, deveria seguir seus próprios princípios e entender que a unidade surge do acatamento da autodeterminação dos docentes de cada IFE. É apenas isto que justifica que nos organizemos como sindicato, pois ele só faz sentido quando seja forte, e sua força resulte da união construída a partir da base.
A filiação sindical é uma opção voluntária de cada indivíduo. O livre direito de organizar qualquer associação é garantido constitucionalmente. Mas, “procurar fomentar a manutenção de uma SSind da Andes na UFSC” é uma violência contra o resultado de uma AG sem golpes e truques, é golpismo descarado e aventura sindical irresponsável, pois compromete o vigor de um sindicato que apenas emerge da sinergia da ação coletiva deflagrada.
Os militantes da tendência Andes-AD (http://www.andes-ad.net/), que domina a Andes há 20 anos, e presentemente sustentam a Conlutas, deixam a Apufsc em segundo plano, pois seu compromisso maior é com a Andes. Ora, a Andes existe pura e simplesmente porque nós, as ADs de base, existimos e lhe damos vida.
Como canta Mercedes, tudo muda, inclusive os caminhos e o modo de pensar. Não é estranho, portanto, a atual mudança da Apufsc.
A política é um nobre ofício, é uma tarefa comunitária cuja primeira e última referência é o poder da comunidade. Mas, quando se despreza a legítima decisão da maioria em nome de um centralismo democrático, objetivando o divisionismo e o interesse de grupos e não da comunidade de origem, isto é corrupção política.
Corrupção política é, essencialmente, trair e desrespeitar o poder político originário da comunidade, é buscar separar-se da comunidade da qual emerge todo o poder. Negar o resultado direto de uma assembléia, lócus onde a política se regenera, é desconectar-se da potência originária que emana do povo, é debilitá-lo, é absolutizar-se e fundar-se em si mesmo, e exercer uma política cínica e sem princípios.
Enfrentamos um esquerdismo irresponsável, pautado pela fidelidade a clãs e tendências, e não a valores democráticos, republicanos e acadêmicos. Donos da verdade não respeitam o pluralismo e as regras do jogo democrático. Ao transformar as ADs em aparelho a serviço de seus pequenos interesses, praticam uma política sindical corrompida que matou o Movimento Docente em todo país e colocou a nossa categoria numa condição de extrema fragilidade.
Ora, há um indissolúvel elo que une todos os professores da UFSC: todos compartilhamos o destino comum da instituição onde trabalhamos. Infelizmente, alguns não sabem conviver com as diferenças inerentes a qualquer processo de trabalho, e com a pluralidade política da nossa categoria. Se existe alguma contradição, é entre nós e nós mesmos. Não se trata de contradição a ser analisada apenas por economistas ou sociólogos, mas especialmente por psicanalistas e psiquiatras.
Desde o processo de reforma do Regimento, um autêntico MD ressurgiu na UFSC. Porém, ele foi constantemente combatido pelos mesmos que agora querem manter a Apufsc como um aparelho. Negando o poder originário da comunidade, tripudiam sobre um processo político completamente legítimo.
Seus argumentos nunca se sustentaram: o movimento da renovação da Apufsc estaria “atrelado à Reitoria” (Rizzo, Boletim 665 de 29.09.08), “às Fundações” d+ “à direita” . Ao considerar que a grande maioria dos colegas está “errada”, temem e combatem a própria categoria que deveriam representar.
Os que desrespeitam a vontade expressa de mais de mil colegas são os mesmos que, em 2006, em Editorial no Boletim, argumentaram que um sindicato “não deveria preocupar-se com o cotidiano dos professores”, desdenhado como “comezinho”d+ são os mesmos que propugnaram “a saída do Presidente da Apufsc” em artigo no Boletim em 2007. São os mesmos que por anos argumentavam que queriam a participação maciça de nossos colegas na APUFSC mas que, quando ela se materializa, insistem em desrespeitar a decisão destes mesmos colegas.
Visivelmente a Apufsc está mais forte, recuperando o viço juvenil que determinou a sua criação. Conclamamos a todos que superemos os egos fratricidas, os fanatismos ideologizados, os ressentimentos e ódios. Não podemos deixar que estes comportamentos negativos matem nosso amor à Apufsc, nossa comunidade mater, e impeçam que, após as disputas, estejamos unidos em torno da nossa casa, a Apufsc.
SIGNATÁRIOS:
Alai Garcia Diniz
Almir Quites
Antônio Fábio Carvalho da Silva
Antônio Kanaan
Armando Lisboa
Carlos Barros Montez
Carlos Viana Speller
Carlos W. Mussi
Celso Peres Fernandes
Celso Melchiades Doria
Fernando Steinbruch Milman
Gregório Varvakis
Hans Michael van Bellen
Héctor Ricardo Leis
Henrique de Melo Lisboa
Henrique Finco
Humberto Ramos Roman
Ilse Scherer-Warren
Julian Martinez
Marcio Campos
Nilton Branco
Paulo C. Philippi
Raymundo Baptista
Ricardo Tramonte
Rogério Portanova
Sérgio Mayerle
Sidney dos Santos Avancini
Walter Pereira Carpes Jr.
Yan Carreirão