Uma rede de universidades federais, estaduais e particulares da região Centro-Oeste vai estimular pesquisas sobre o Pantanal e o Cerrado. O Ministério da Ciência e Tecnologia aceitou a proposta de criação da Rede Pró-Centro Oeste de Ensino e Pesquisa nesta segunda-feira, 28 de setembro. Professores e estudantes de pós-graduação de 15 instituições dos quatro estados farão parte do grupo, que estudará temas como inovação tecnológica, geodiversidade e biotecnologia dos biomas.
“A rede é resultado de três anos de trabalho e representa um avanço decisivo para a região. Ainda vamos discutir de onde virão os recursos e pretendemos formalizar a criação por meio de uma portaria interministerial”, informou o secretário-executivo adjunto do MCT, Antônio Ibañez, que é ex-reitor da Universidade de Brasília. O projeto com duração de cinco anos necessita de R$ 150 milhões em recursos para colocar as ações em prática. A expectativa é de que as atividades comecem em 2010. As Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) regionais já se comprometeram a investir R$ 50 milhões. O restante da verba será custeado pelo Governo Federal e repartido entre o MCT e fundos setoriais.
A proposta ainda passará por ajustes como a estrutura de gestão e as formas de financiamento, mas já anima os representantes das instituições de ensino. “É fundamental alavancar o desenvolvimento regional por meio da parceria entre as universidades. Com a formação da rede, demos um grande passo para integração de projetos e pesquisas que combatam as desigualdades regionais”, avaliou o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior.
O projeto da rede, apresentado pela pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Divina Cardoso, engloba 468 docentes, que vão orientar a produção de 120 teses de doutorado e 210 dissertações de mestrado. Segundo Divina, cerca de R$ 44 milhões do orçamento será destinado a bolsas de pesquisa. Na área de Biotecnologia, por exemplo, a ideia é aprofundar o estudo científico para criação de produtos agrícolas, farmacêuticos e bioensaios.
“A ideia vai sair do papel para formar uma rede coesa que prima pela interação entre os quatro estados e as instituições de fomento ao ensino e à pesquisa”, avaliou a pró-reitora. Para a decana de Pesquisa e Pós-graduação da UnB, Denise Bomtempo, a rede cria uma agenda de pesquisa e formação de recursos humanos. “Queremos torná-la uma realidade que vai transformar o Centro-Oeste”, afirmou.
A integração entre as instituições de ensino foi um dos temas mais debatidos na primeira edição do Encontro das Universidades Federais do Centro-Oeste, que ocorreu entre 14 e 15 de setembro em Mato Grosso. “O fortalecimento da pós-graduação vai ajudar no enfrentamento das assimetrias sociais e promover o desenvolvimento da região com a interação entre ciência e tecnologia”, opinou o reitor da Universidade Federal da Grande Dourados, Damião Farias.