Neste momento pouco me interessam as “interpretações jurídicas” desprovidas de fundamentos e que acabam esbarrando na decisão dos juízes e, em algumas vezes, em censuras e prejuízos na forma de sentenças de “litigância de má-fé”.
A parte jurídica é um “affair” de juristas e não é esta a minha área. Mas tenho claro alguns princípios.
O primeiro princípio é que há ninguém que possa derrubar uma decisão legítima de uma assembléia como a última, quando 60% dos associados na ativa e 20% dos aposentados associados da Apufsc, decidiram democraticamente e de uma forma belíssima e mais ampla possível, a desvinculação da Apufsc à Andes.
Mas vou me deter sobre um outro princípio.
O princípio que tem norteado nossas ações desde a reforma do regimento, em nossa plataforma de campanha e, agora, é o da pulverização do poder no sindicato. O poder nas mãos dos sindicalizados por meio do Conselho de Representantes (e daí o Artigo 26 do Regimento) e, em nível nacional, o poder nas mãos dos sindicatos, por meio de uma Federação.
É um conceito oposto ao da Andes que: i) verticaliza as ações afastando as deliberações das basesd+ ii) perde agilidade quando essas ações são deliberadas a cada ano, enquanto que, no mundo atual, há mudanças orgânicas a cada mêsd+ iii) burocratiza o processo decisório e iv) coloca-nos em defesa de causas que não são nossas.
Esta “torre” que construímos na década de 80 (e, na época, com uma boa e legítima intenção) acabou com os seus mecanismos de acesso aos níveis superiores de decisão emperrados, pelo excessivo distânciamento da cúpula em relação às bases.
Explico melhor: é nas AG’s de cada AD que se decidem os regimentos e o próprio quorum e quando não há exigência de quorum, o poder de cada AD acaba nas mãos de quem se interessa por ele. De fato, isso é muito simples: se não há exigência de quorum você, como dirigente, acaba com a única obrigação de “mobilizar” os professores usando editais de convocação. Se eles não aparecem (e, frequentemente, você não faz questão que eles apareçam) você diz, lá no congresso anual da Andes, que você fez o que pode mas que, “infelizmente, os professores não se mobilizaram”, que “há uma crise no sindicalismo” e que “os professores estão ocupados demais com os seus problemas individuais e não querem mais saber do coletivo”.
Quando você como delegado vai para um congresso tomando como base uma decisão dos seus “amigos” que foram lá para a assembléia, você acaba desviando o foco dos problemas dos professores, e focando nas causas dos “amigos”.
E, com o tempo, acabamos virando uma “torre” com 400 objetivos, fora de foco, pouco dinâmica e muito pouco eficiente.
Haveria como mudar isto?….Certamente!…
Mas, a que custo?…
A exigência de quorum revitalizou a Apufsc e reacendeu a chama do sindicalismo entre os associados.
Presentemente, não há como chamar uma AG por edital.
Acabou isto!…
Se você, como dirigente, quer uma AG é preciso que você antes pergunte aos associados se é isso o que eles querem!…
E isto é pulverização do poder!…
Você, como dirigente, só terá poder quando você se submeter à vontade dos sindicalizados.
E o mesmo princípio vale para as federações.
Uma federação só existe quando as causas desta federação forem as causas dos sindicatos que a formam.
Quando isto não ocorre ela desaparece… e se formam outras.
E, para não deixar de existir, é preciso que suas causas sejam as dos seus sindicatos
Isto é: as causas dos sindicalizados.