O Jornal Hoje flagrou o comércio ilegal de monografias, aqueles trabalhos que os professores pedem geralmente no último ano do curso. Tanto o aluno que compra o serviço quanto a pessoa que vende estão cometendo um crime.
O serviço é oferecido na internet e em classificados de jornais. Em uma empresa, que fica perto de uma grande universidade do Recife, a vendedora disse que pode realizar a pesquisa e o preço de um trabalho de sociologia pode variar de R$ 900 a R$ 1.600. A conversa foi gravada por uma câmera escondida.
– Se o aluno contribuir com algum material de pesquisa, fica mais fácil. Estou superlotada até 2010 – diz.
Por telefone, a funcionária de uma outra empresa garante que as informações não são tiradas da internet e que a pesquisa é feita em bibliotecas.
– Você leva o trabalho junto ao seu orientador. Então, sempre tem ajustes. Daí você volta com ele pra nós e a gente faz toda a correção e você devolve para o orientador – afirma ela.
O aluno que compra o trabalho de conclusão de curso está cometendo um crime previsto pelo código penal: violação do direito autoral. A pena prevista varia de três meses a um ano de detenção. Mas, se houver o objetivo de obter lucro, a pena passa de dois a quatro anos de reclusão. A universidade pode reprovar e até expulsar o aluno. Quem vende a monografia ou dissertação também comete o crime de violação do direito autoral.
A professora Conceição Torres, que tem 28 anos de experiência, se especializou em detectar fraudes nas monografias e afirma que é preciso redobrar a atenção para evitar esse tipo de golpe.
– Quem perde é a sociedade e o aluno. A sociedade porque deixa de receber trabalhos de qualidade. O aluno perde como profissional – comenta.
Segundo um professor, no semestre passado, 16 alunos cometeram plágio, que significa copiar o trabalho de outra pessoa. Oito compraram suas monografias.