Representante dos funcionários no conselho de administração da Celesc, o sindicalista Jair Fonseca se surpreende ao saber que o presidente da empresa, Sérgio Alves, nega a manobra dos acionistas para mudar o nível de governança corporativa da empresa, numa medida que, no entendimento sindical, provocaria o processo de privatização da Celesc.
Ele contou que estava na reunião passada e constatou a manobra para mudar a empresa.
– Estava na reunião. Houve sim esta manobra. Se nós não estivéssemos lá e o assunto não fosse retirado da pauta, talvez o processo já estivesse em andamento – afirma o dirigente da Intercel, Intersindical dos Eletricitários de SC, que representa sete sindicatos no Estado.
Segundo Fonseca, o assunto Novo Mercado veio à tona na reunião, o que tornaria as ações preferenciais em ordinárias, deixando o Estado, hoje majoritário, com pouco mais de 20% das ações, perdendo o poder decisório da Celesc.
– Os acionistas querem melhorar seu investimento e aumentar sua participação na Celesc. E houve sim a tentativa de mudar a estrutura societária da companhia. Se a Previ perder as três cadeiras, alivia a pressão dos acionistas para privatizar a empresa – avalia.
Viagens para o interior servem para conscientizar
Os sindicalistas, que na semana passada mobilizaram bom contingente de pessoas para manifestação no TJ, passaram viajando pelo interior do Estado para alertar os eletricitários sobre a importância do julgamento e também para fazer campanha para o acordo coletivo da categoria.
– Vamos mobilizar. Nosso trabalho é pela defesa da Celesc pública – diz Sebastião Marcos, falando pela coordenação da Intercel.
Fonseca e Marcos alertam para o aumento na tarifa em agosto e para a nova reunião do conselho de administração, dia 10 de agosto. Também conseguiram marcar uma audiência pública na Assembleia, hoje.