Um estudo comparativo sobre as condições de trabalho dos professores de ensino fundamental realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirma que o Brasil é o país onde os professores mais perdem tempo em classe com atividades alheias ao ensino. Segundo a pesquisa, que foi realizada entre os anos 2007 e 2008, os professores gastam 18% do tempo das aulas com tarefas burocráticas, como realização de chamada, e tentando manter a atenção dos alunos.
Os resultados da pesquisa, publicados pelo jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira, mostram que o País também é ‘campeão’ em outro item: os professores brasileiros são os que menos têm preparação antes de assumir uma classe. Enquanto nos outros países 25% dos professores iniciam a atividade profissional sem adaptação ou acompanhamento, no Brasil, esse número é de 71%.
Os brasileiros estão também entre aqueles que têm menos experiência profissional, tendo apenas 19% com mais de 20 anos de docência, enquanto a média é de 36% com essa experiência. Além disso, são eles os profissionais que têm que atender a um maior número de alunos por classe, com média de 32 alunos, enquanto a média dos outros paises é 24.
De acordo com a OCDE, a insatisfação com a carreira também é uma marca entre os professores brasileiros. Um total de 84% declararam ter o menor nível de satisfação no trabalho sugerido pelo estudo. Esta é a quarta menor porcentagem entre os países pesquisados.
Apesar disso, os professores do País estão entre os que mais gostariam de participar de cursos de desenvolvimento profissionald+ vontade declarada por 84% dos docentes. O México é o único que tem números mais altos, com 85% interessados em aperfeiçoamento.
A pesquisa foi realizada através de questionários aplicados a diretores e professores de 5ª a 8ª séries de escolas públicas e privadas selecionadas por amostra nos 23 países. No Brasil, o questionário foi respondido por 5.687 docentes.