O protesto de editores responsáveis por 61 periódicos de história e de filosofia da ciência, entre outras disciplinas fez com que a European Reference Index for the Humanities (ERIH) recuasse em sua intenção de classificar as publicações da área de humanidades utilizando os mesmos critérios empregados em ciências exatas e engenharias.
Os editores das revistas acadêmicas publicaram um manifesto propondo um boicote ao European Reference Index for the Humanities (ERIH), um índice criado pela European Science Foundation que pretendia graduar aproximadamente 12 mil publicações do velho continente em três categorias, de acordo com seu impacto e disseminação: A (alto nível internacional), B (nível internacional padrão) e C (publicações de importância regional).
De acordo com Michael Lynch, da revista Social Studies of Sciences, “iniciativas como o ERIH podem tornar-se profecias autorrealizáveis. Se forem adotadas como base para as decisões de agências de financiamento, muitos pesquisadores concluirão ter pouca escolha e limitar suas publicações a periódicos da primeira divisão. Existirão menos periódicos, com muito menor diversidade, empobrecendo assim nossas disciplinas”.
Rogério Meneghini, coordenador científico da biblioteca eletrônica SciELO Brasil, afirma que a resistência europeia à adoção de critérios bibliométricos nas humanidades não surpreende. Naquele continente, assim como no Brasil, os pesquisadores da área preferem publicar seus textos em livros e anais e não em revistas acadêmicas, afirma Meneghini.
Diante dos protestos, a European Science Foundation recuou na proposta e informou que vai desenvolver um modelo mais flexível.
As informações foram divulgadas pela Revista Fapesp de março passado. A íntegra do texto está disponível no site da Apufsc (clique aqui).