Santa Catarina é o estado do país com o segundo maior índice de desmatamento das áreas de Mata Atlântica. O levantamento foi feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o diretor de mobilização da fundação, Mario Mantovani, a desobediência à nova lei da mata atlântica, que estabelece limites de preservação ambiental, é a responsável pelo mau resultado do Estado.
— O caso de Santa Catarina é de desobediência civil. Políticos e dirigentes promoveram toda sorte de maldades contra a mata, culminando em um código ambiental estadual inconstitucional — diz o pesquisador.
Os dados referentes a 10 dos 17 estados com este tipo de cobertura vegetal foram publicados no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica e divulgados nesta terça-feira, véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica.
No topo da lista dos estados com maior índice de desmatamento, estão Minas Gerais, com 32.728 hectares (ha) desflorestados nos últimos três anos, Santa Catarina, com 25.953 ha, e Bahia, com 24.148 ha.
Em todo o país, a área desmatada de 2005 a 2008 corresponde a 102.938 hectares, com média anual de 34.965 hectares. A área devastada corresponde a dois terços do território da cidade de São Paulo. Mantovani explica que o desmatamento está associado à expansão urbana nos limites da floresta.
De acordo com o Atlas, 76% das ocorrências de desflorestamento eram menores que 10 hectares. O resultado desse cenário é que, somados todos os fragmentos de floresta com mais de três hectares, resta hoje no país apenas 11,4% da cobertura original dessa vegetação. São apenas 147 mil quilômetros quadrados de mata atlântica.