A educação à distância é a modalidade que mais cresce no ensino superior brasileiro. Como mostra reportagem de Demétrio Weber, publicada pelo Globo neste domingo, em 2008, o número de estudantes de graduação chegou a 760.599, um aumento de 91% em relação a 2007. Nos últimos quatro anos, de 2004 a 2008, o salto foi de 1.175%.
Embora os cursos à distância atendam o equivalente a apenas um sexto dos alunos presenciais, eles avançam num ritmo de fazer inveja às faculdades tradicionais. O dado mais recente do Ministério da Educação relativo a cursos presenciais é de 2007, quando havia no país 4,8 milhões de estudantes. Na comparação com o ano anterior, isso representa crescimento de 4,4%. No período 2004-2008, as matrículas presenciais aumentaram meros 17%.
Entre as vantagens do ensino à distância estão a possibilidade de levar cursos de graduação a municípios onde não há professores, a flexibilidade de horários e o valor mais baixo das mensalidades. Em contrapartida, disciplina e motivação dos alunos precisam ser maiores.
Mas nem tudo funcionada. Entusiasta das novas tecnologias, o secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Bielschowsky, quer evitar a proliferação de cursos de baixa qualidade e deu início à supervisão das universidades que oferecem a modalidade.
Entre os principais problemas estão deficiências na avaliação, falta de contato dos alunos com professores, baixa qualidade do material didático e o número excessivo de estudantes por docente. Enquanto a média internacional é de 130 alunos por mestre, o MEC descobriu cursos onde a proporção superava mil por um.