O Ministério da Educação (MEC) espera receber até 8 de maio uma resposta das universidades federais sobre a disposição de aderir ou não ao novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O ministro Fernando Haddad quer substituir os vestibulares tradicionais pelo teste, a ser realizado pela primeira vez em 3 e 4 de outubro.
Haddad reuniu-se ontem com reitores da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Ciente de que o prazo é curto para fazer a mudança neste ano, ele flexibilizou a proposta, insistindo na tese de que as universidades podem se limitar a usar os resultados do novo Enem em seus vestibulares, sem aderir ao sistema de seleção unificada.
Hoje, o Enem já conta pontos na seleção de candidatos em centenas de instituições públicas e privadas, entre elas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). O MEC pretende, porém, integrar o sistema de seleção, permitindo que estudantes de qualquer região do país possam concorrer a vagas em outros estados.
O prazo até 8 de maio foi dado anteontem pela secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci. Ela participou de seminário promovido pela Andifes sobre o novo Enem. Segundo Maria Paula, mais de 20 universidades federais já sinalizaram a intenção de aderir ao exame, seja para contar pontos no vestibular, substituir a primeira fase da seleção, preencher vagas ociosas ou participar do sistema unificado.
– Há universidades em número suficiente (dispostas a aderir). A proposta é vitoriosa – disse Maria Paula.
Federais de São Paulo e Juiz de Fora anunciam adesão
Entre as instituições que usarão o novo Enem em 2009, Maria Paula citou a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Federal de Juiz de Fora e a Universidade Federal do Piauí.
Em seu novo formato, o exame aumentará o número de questões objetivas de 63 para 200. Serão quatro provas – linguagens, matemática, ciências humanas e ciência naturais -, aplicadas em dois dias, além de uma redação.
Haddad acredita que o novo Enem ajudará a melhorar a qualidade do ensino médio, orientando as escolas na definição dos currículos. Hoje isso ocorre informalmente em relação aos vestibulares.
A presidente do Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Federais, Sandramara Chaves, está preocupada com questões de segurança na aplicação do teste nacional. Ela teme a violação do exame, já que o acesso às instituições federais é cobiçado em todo o país.
– A proposta do MEC é boa, mas há questões que precisam ser mais discutidas – afirmou Sandramara.