As atividades de extensão registradas pelos docentes e servidores técnico-administrativos da UFSC são regulamentadas pela resolução nº 05/CUn/1998. É natural que, passados mais de dez anos, a resolução precise ser revista e atualizada e, para isso, a Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão tem se empenhado. Desde maio de 2008, várias medidas foram tomadas para que a nova resolução seja aprovada: foram consultadas todas as resoluções recentes das IFES que tratam do assunto, foi feita uma primeira reunião com a Câmara de Extensão e, desde agosto de 2008, a minuta proposta está sendo discutida com a Procuradoria da UFSC para que nos ajude com o seu teor legal. Ainda este semestre, nova reunião da Câmara de Extensão ocorrerá para que o processo de revisão tenha continuidade.
Ao mesmo tempo, temos nos esforçado para que o formulário de registro de atividades de extensão seja simplificado para que os extensionistas da UFSC registrem todas as suas atividades. Cabe salientarmos que muitas das atividades de extensão, tais como emissão de pareceres ad hoc, arbitragem de artigos científicos, avaliação de projetos de pesquisa, entre outros, são realizadas unicamente por pesquisadores. Essas atividades devem ser registradas individualmente e é importante que sejam feitas para que consigamos estabelecer indicadores de extensão confiáveis.
Quando falamos em indicadores de pesquisa aos pesquisadores, há consenso sobre o que abordar: artigos publicados, teses e dissertações orientadas e defendidas, e outros dados, em geral, ligados à produção bibliográfica e técnica, incluindo-se também os produtos que geram patentes. Um artigo é o resultado de um longo processo e, dependendo do jornal ou revista onde é publicado, também qualifica a pesquisa. É justamente esse conjunto de dados relativos à pesquisa que são repassados das IFES ao MEC mensalmente.
Quando falamos em indicadores de extensão, os critérios são menos claros.
Costuma-se usar como indicador, e aí se inclui a solicitação que o MEC nos faz mensalmente, o número de pessoas beneficiadas pelas atividades de extensão. Ora, além de não envolver qualquer análise de mérito com relação à atividade desempenhada, esse indicador é muito falho. Se pegarmos o número de pessoas beneficiadas por atividades de extensão da UFSC num determinado ano, chegaremos facilmente a um número superior ao da população catarinense. Há algumas explicações para esse resultado: uma mesma pessoa pode ser atendida por mais de um projeto ou atividade de extensãod+ os extensionistas, muitas vezes, não têm ideia precisa sobre esse número e costumam aproximá-lo muuiiiiiito para cima. No antigo formulário de registro, o contador permitia um número de 999.999 pessoas atendidas por uma mesma atividade. Eram muitas as atividades cadastradas que beneficiavam esse número de pessoas. No atual formulário, o número máximo que pode ser cadastrado, sem justificativas, é 99.999 e, novamente, esse número aparece em um número de atividades muito maior do que o razoável.
Pois bem, para melhor avaliarmos e podermos divulgar com precisão a extensão realizada na UFSC, precisamos ainda trabalhar para termos uma resolução mais adequada, cujo mecanismo de controle é o formulário de registro que, por sua vez, vai nos dar indicadores confiáveis do que fazemos. Temos ciência que o aprimoramento do formulário é um processo contínuo e estamos dispostas a levá-lo a termo. Com base nas atividades registradas em 2008, já fizemos um levantamento que será divulgado no mês de maio e que reflete a quantidade de cursos, de eventos, de prestação de serviços, de produção e publicação de diversos materiais e de projetos de extensão propriamente ditos realizados por Centro (Unidade de Ensino). Também verificamos a quantidade de atividades que envolvem/não envolvem repasses financeiros à UFSC e cujo resultado demonstra que há muito mais atividades com perfil comunitário gratuito (65 %) do que atividades que envolvem ganhos financeiros (35 %). Esses dados mostram a UFSC à serviço da comunidade e precisam ser divulgados.
De 27 a 30 de abril iremos ao Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, onde este tema será abordado, refletindo que indicadores confiáveis são uma necessidade. Os números da UFSC serão levados como exemplos de um primeiro estudo.
Nesse processo de construção, sugestões e críticas da comunidade universitária serão muito bem vindas.