O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que há dificuldades em solucionar a crise da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) devido à falta de diálogo com os dirigentes da instituição. Os alunos da Ulbra estão sem aulas por causa de problemas financeiros e de gestão. Cerca de 80% dos funcionários estão em greve.
– É impossível uma solução sem a substituição dos atuais dirigentes – afirmou o ministro Fernando Haddad.
O ministro informou em reunião com a bancada gaúcha da Câmara e deputados estaduais do Rio Grande do Sul que desde dezembro o Ministério da Educação tenta, em vão, entrar em contato com o reitor da Ulbra, Ruben Eugen Becker.
– Tivemos uma única audiência com o reitor, que se recusou a receber qualquer proposta – afirmou Haddad.
O ministro explicou que, como a universidade é privada, o ministério está impedido constitucionalmente de destinar recursos públicos para sanar as dívidas financeiras e fiscais da Ulbra. A instituição tem 150 mil alunos e 10 mil trabalhadores nos campi de seis estados: Rio Grande do Sul, Goiás, Tocantins, Pará, Amazonas e Rondônia.
– Só para a União, de imposto de renda retido na fonte dos trabalhadores, a Ulbra deixou de pagar cerca de R$ 600 milhões – disse o ministro, descartando a federalização da universidade.
De acordo com deputados estaduais e federais presentes ao encontro, 75% dos alunos matriculados na Ulbra deixaram de pagar as mensalidades e 10 mil já se transferiram para outras instituições.