Sou uma fêmea de borrachudo e venho dizer que estou muito feliz com este projeto que reduz as matas em volta dos córregos em Santa Catarina, e explico a seguir por que. Sugo sangue de pessoas e de vários animais, para produzir minha descendência. Ponho ovos em córregos e rios, aderidos a pedras e galhos, e meus filhotes precisam sobreviver aos seus inimigos, que são os vários animais pequenos (filhotes de libélulas e outros) que vivem na água corrente.
Como minhas crianças são mais resistentes que seus inimigos à poluição por agrotóxicos e à destruição da mata em volta dos córregos, elas podem se desenvolver mais felizes quando esta mata é reduzida. Quando não há mata em volta dos córregos, é também mais difícil eu voar muito e achar minhas vítimas, e então posso fazer uma farra com o sangue dos agricultores e de quem mais estiver disponíveld+ meus inimigos (libélulas, aves etc.) não ficam mais à minha espreita na mata, pois não há mais mata.
Posso então, se me deixarem proliferar e voar à vontade (posso voar vários quilômetros!), infernizar a vida das pessoas e dos animais domésticos, como tenho feito em Joinville, Xanxerê, Antonio Carlos e em muitos outros municípios. Poderei agora tornar insuportável a vida dos agricultores, mas, como dizem os que aprovaram a lei, Santa Catarina tem condições peculiares…
Ressalto que, quanto mais agricultores houver, já que as propriedades são pequenas, mais eu posso sugar sangue. Portanto, se as matas em volta dos córregos forem eliminadas, vou ficar muito feliz, e agradeço muito a gentileza de quem aprovou este projeto. Devem todos se preparar para montar programas de controle de borrachudos no estado, similares ao do vizinho Rio Grande do Sul, que deve ser consultado, prevendo já muito sofrimento, trabalho e despesa.
Ah, meus primos maruins também agradecem aos que constroem ou deixam construir casas perto do mangue, pois assim passam a dispor de muitas fontes de sangue.