Na leitura do artigo “O CFH na UFSC” (veja aqui), de autoria do Prof. Waldir José Rampinelli [publicado no Boletim da Apufsc nº 669, de 24/03/09], podemos constatar dentro de algumas verdades, muitas inverdades. Não creio na intenção do autor em mentir propositalmente, mas podemos perceber o quanto ele está equivocado e desconhece o que vem acontecendo no CFH. O texto, em forma de artigo, em sua teoria, com citações de autores relevantes, está dentro dos padrões exigidos pela ciência, na sua forma, mas mostra claramente que seu autor não foi fidedigno diante das práticas do CFH.
O CFH não é formado unicamente por professores, desta forma, a participação ou não de membros do CFH na direção da Apufsc não determina o tamanho do espaço político que o mesmo tem dentro da UFSC. Assim como o autor lembra que a Apufsc “de então” tinha uma atuação política em nível regional e nacional, podemos entender que o mesmo quer dizer que a atual não tem? O CFH tem sido ouvido na tomada de decisões da UFSC, dentro do CUn, bem como em outras esferas. Talvez não esteja sendo ouvido, conforme o autor: por conta da UFSC ter lideranças que não “sabem” ouvir: “Isso ocorria por conta de lideranças capazes que sabiam ouvir e representar e devido à atuação dos docentes, dos técnicos e dos estudantes…” Além disso, desconsidera o Movimento Estudantil do CFH.
O autor diz que a administração representa uma parcela da comunidade do CFH. Mas temos que ressaltar que a administração atual foi referendada por uma parcela significativa, 61,8% de todos os professores do CFH, 75% dos técnico-administrativos e 24% dos alunos. E neste universo de votos, obteve 96,3% de aprovação.
O autor fala que a direção tem feito realizações pífias no que toca a infraestrutura. Creio que o autor desconhece que o Bloco D está em construção bem como as definições de ocupação do Bloco E estão sendo discutidas, portanto a afirmativa está equivocada. E no que tange a manter a infra-estrutura que temos atualmente, é visível aos olhos em um passeio no CFH o quanto ele melhorou em suas condições físicas. Em relação à divulgação da pauta do Conselho de Unidade e as decisões da reunião do Cun, todas estão sendo divulgadas, desde 2008, na página do CFH.
Esta semana, depois de ler o artigo, indignada fui conversar com o autor e o mesmo disse uma frase que mostrou o quão claramente ele desconhece os caminhos que o CFH percorre. Ele assim falou: “Quero que o CFH seja como o CTC, que tenha as mesmas coisas que o CTC.” Creio que todos querem que o CFH tenha uma infra-estrutura de ponta, mas também sabemos o que este desejo implica, já que humanas difere de tecnologia e em nosso país, humanidade não retorna valor financeiro, e a tecnologia sim.
Edgar Morin, em seu livro Introdução ao pensamento complexo (1990) fala dos paradigmas e diz que eles são princípios supralógicos de organização do pensamento, princípios ocultos que governam nossa visão de mundo, que controlam a lógica de nossos discursos, que nos fazem selecionar os dados significativos e a nossa recusa aos não significativos, sem que tenhamos consciência disso. E a “paralisia do paradigma”, segundo Vasconcelos (2007) pode nos conduzir a não ver as oportunidades positivas que se encontram a nossa volta. Para reconhecê-las e usufruir delas, precisamos ser flexíveis e dispostos a visões diferentes daquelas a que estamos acostumados.
Convido o autor, a passear no CFH tendo olhos, ouvidos e todos seus sentidos diferentes dos que vem utilizando atualmente.