Nosso Guia poderá livrar os jovens da praga do vestibular. O ministro da Educação, Fernando Haddad, está concluindo uma negociação com os reitores das universidades federais e é possível que já em 2010 a primeira fase seletiva seja substituída pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Apesar de haver ideias adicionais, a mudança tende a começar pelo mais simples. A cada ano, as 55 federais recebem em torno de 1,2 milhão de candidatos para 150 mil vagas. Numa primeira fase, 70% deles são massacrados numa prova mais preocupada em eliminar do que em julgar. Adotando-se as notas do Enem para a demarcação das linhas de corte, leva-se para dentro das escolas a responsabilidade pelo desempenho dos alunos. Atualmente, a irracionalidade do decoreba e das pegadinhas serve de álibi para quem ensina mal. A segunda fase, que cobraria taxas de inscrição, continuaria no âmbito das universidades.
Devem existir argumentos razoáveis contrários à mudança, mas desde já seria bom separá-los da defesa de interesses estabelecidos. Algumas escolas não gostam do Enem porque ele expõe a má qualidade do ensino que entregam. As burocracias da organização dos vestibulares não gostam de mudanças porque elas secariam uma fonte de arrecadação e de distribuição de gratificações. Afinal, quem paga o Enem é a Viúva.