Adolescentes estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todo o país começaram hoje (17) a mostrar suas invenções na maior feira brasileira de engenharia e ciências, promovida pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
“Temos trabalhos em várias áreas que se destacaram por sua criatividade e inovação. A nossa intenção é fazer com que eles tenham interesse pelo desenvolvimento de projetos investigativos, independentemente do nível de escolaridade e da classe social”, disse a coordenadora da feira, Roseli de Deus Lopes.
A notícia de uma criança que morreu afogada em casa, porque não teve tempo de escapar de uma enchente, fez com que o adolescente Lucas Rezende Caetano, de São Miguel do Iguaçu (PR), achasse uma solução para que tragédias desse tipo não se repetissem. Lucas criou um sistema de alarme para alertar a população quando o nível de água de um rio suba acima do normal.
“A idéia é dar tempo para que a população possa abandonar o local quando há risco de inundação”, disse o estudante. O sistema é composto por um adaptador sensorial eletromecânico acionado por água. Possui uma placa de conexão telefônica com discagem automática para a Defesa Civil.
O estudante Bruno de Oliveira Buzo, de 17 anos, da cidade de Rio Claro (SP), constatou que o número de casos de câncer de pele em algumas aldeias indígenas era baixo em comparação ao restante da população. Ele associou a tintura usada pelos indígenas, o urucum (fruto de uma palmeira), com o resultado. Com auxílio de pesquisadores, Bruno isolou o princípio ativo do urucum que proporciona a proteção contra o sol.
Testado em roedores, o resultado mostrou que esse protetor solar é tão eficiente quanto os que são comercializados no mercado. Agora, ele pretende fazer os testes em seres humanos. A análise de custo do produto mostra que o protetor de urucum pode ser vendido a um preço 42% menor. “Minha expectativa é que isso beneficie a população de baixa renda, que não tem condições de pagar por filtro solar convencional”, afirmou.