Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta segunda-feira, 16, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a reformulação dos processos seletivos para ingresso nas universidades federais. “Os vestibulares, como estão organizados hoje, privilegiam a memorização em detrimento da capacidade de raciocínio do aluno”, disse. A proposta do Ministério da Educação é criar, em acordo com os reitores das universidades, um processo de seleção unificado para todo o país a ser testado em seleções no ano que vem.
Para o ministro, o atual modelo dos vestibulares impõe uma organização das disciplinas do ensino médio que não estimula o aprendizado dos alunos de maneira crítica. A intenção é criar uma avaliação única para todas as federais em que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja usado na primeira fase. “Poderíamos complementar a segunda fase com conteúdos específicos”, propôs Haddad. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ajudaria a desenvolver as provas da segunda fase.
Atualmente, cada instituição desenvolve seu próprio vestibular. Com o modelo unificado, defende Haddad, o estudante poderá se beneficiar mais da expansão das federais. Como o processo seletivo seria o mesmo para ingresso em qualquer universidade federal, um aluno do Nordeste, por exemplo, poderia estudar numa instituição no Sul do país. “Hoje a rede federal está em mais de 200 municípios”, lembrou Haddad. São 227 mil vagas de ingresso em todo o Brasil.
Para a sustentação à mobilidade estudantil, o ministro destacou as ações do Plano Nacional de Assistência Estudantil. “São recursos para moradia, alimentação, restaurantes universitários, para garantir que a mobilidade não resulte em evasão.”
O ministro disse que vai propor aos reitores das universidades federais testar a medida em 2010. “Nem que seja numa área específica do conhecimento.” A idéia é aplicar o processo seletivo unificado em cursos de baixa demanda, como nas licenciaturas. “Até para estimular o interesse dos estudantes por áreas prioritárias.”