Fiquei muito triste pelo sofrimento de meus colegas que têm recebido URP há mais de quinze anos, e acho muito louvável que V.S. esteja envidando o máximo de esforço para resolver a sua situação aflitiva. Afinal, os colegas que têm recebido URP (ainda) são a maioria dos professores da UFSC. É ótimo que muitos estejam quebrando a cabeça para encontrar uma saída, que contratem advogados eficientes, incluindo grandes luminares de outros estados, para ajudar nesta luta. Tomara que sejam bem sucedidos.
No entanto, venho mui respeitosamente solicitar que a Apufsc e a Andes lembrem-se daqueles que jamais receberam URP, e façam algo de efetivo por estes pobres professores. Fico na dúvida se é pior receber URP por 15 anos e subitamente deixar de recebê-la ou jamais ter recebido. Os que recebem a URP certamente têm levado uma vida muito mais tranqüila que os restantes, e dificilmente percebem o sofrimento de seus colegas, às vezes colegas de sala, se não de departamento. De dentro de seus carros novos e de volta de seus fins de semana em agradáveis resorts, chegam às vezes a chamar os desurpados de “pãos-duros”! Estes “desurpados” têm vivido com muito mais dificuldade, sem jantar em restaurante, férias (de lazer, não de pintar janelas), jardineiro, faxineira etc., criando seus filhos sem intercâmbios no exterior, cursos de inglês e outras boas coisas da vida. Ninguém quer falar no assunto, porque “não é a hora mais adequada”, “é um problema jurídico, não político” ou, o que ninguém confessa, “não mexamos nisto para não atrapalhar os que têm URP”. Desculpe-me se falo de corda em casa de enforcado.
Ontem (11/06) à tarde, V.S. dizia, na minha frente, para um colega que perdeu a URP que havia planos para reavê-la logo. Como eu insisti em perguntar se os desurpados continuariam sem URP, V.S. declarou (textualmente) “numa segunda fase, conseguiremos isto”. Eu manifestei dúvidas e V.S., incomodado, me olhou como quem olha para uma mosca inconveniente e continuou a conversar com o colega que já teve URP, certamente menos irritante.
Por favor, senhor presidente da APUFSC, torne eficiente o esforço desta instituição. A continuar esta situação (inevitável?) de injustiça, vou repensar se vale a pena ajudar a sustentar uma associação que nada tem conseguido para mim quanto à URP.
Quero resultados, chega de promessas vazias!