Nosso descontentamento com a situação e os rumos da Universidade atual não diminui nossa crença em uma Universidade autônoma, pública, com qualidade e plenamente gratuita que estamos obrigados a construir. Nos países subdesenvolvidos e dependentes como os latino-americanos, a necessidade de uma Universidade com vitalidade interna não significa indiferença para com os grandes desafios do Brasil. Aliás, esta vitalidade interna somente poderá existir se responder, intelectual, científica e culturalmente, aos consideráveis problemas nacionais que sofremos.
Portanto, a disputa com que agora nos comprometemos não se limita à escolha entre simples nomes ou currículos. Trata-se, ao contrário, de uma escolha que implica duplo desafio: de um lado o reconhecimento de que as universidades – entre elas a UFSC – precisam de grande revitalização material e intelectual, sem a qual não poderão contribuir decisivamente na tarefa nacionald+ de outro, a convicção de que sem um igualmente decisivo compromisso com as tarefas nacionais pendentes (a superação da dependência científica e tecnológica, o colonialismo cultural e intelectual, a brutal desigualdade social, regional, racial, entre outras), não haverá justificativa possível para o estado investir verdadeiramente na instituição.
Contribuir para tirar a eleição da UFSC da rotina empobrecedora que verificamos nas últimas disputas será novamente uma tarefa que abraçaremos com prazer. De nossa parte, estamos transformando esta eleição em uma genuína e fértil batalha das idéias a serviço da construção de um novo horizonte intelectual no campus, no estado e no país. Sem temor a pretensões, queremos uma Nova UFSC. Portanto, nosso esforço na busca dos votos necessários à vitória não implicará concessão a práticas permissivas que eventualmente assegurem vitórias eleitorais sem, contudo, garantir um futuro digno e limpo para a Universidade e o objetivo mais valioso entre nós: a busca incessante da Universidade necessária para o Brasil e a América Latina.
Enfim, nosso desejo de vitória não pode comprometer nossa fé na UFSC realmente grande, plena, capaz de realizar seu imenso potencial intelectual e seu inestimável papel de instituição geradora de saber que o estado e o país necessitam.
Neste sentido, Nildo e Maurício – formados pela própria UFSC e que hoje aqui atuam como docentes representando uma nova geração – são nomes cuja importância se justifica porque pretendem representar uma causa que pertence a todos e que precisa urgentemente de novas energias. Este sentido de representação, portanto, necessita ressurgir entre nós rapidamente para superar o desânimo em relação à nobre função da política, a divisão interna, os conflitos desnecessários, a perda de credibilidade – junto à população e aos demais órgãos da República – que marcam nossa evolução recente.
Pela grandeza de propósito, esta é uma tarefa coletiva para a qual te convocamos e para a qual – como candidatos – não pouparemos esforços. Porque, afinal, contigo é possível!