É gratificante, e ao mesmo tempo prazeroso, degustar o boletim da Apufsc com seus bem colocados artigos como os de nossos colegas José J. de Espíndola, Paulo César Phillipi, Renato A. Rabuske, Paula Brügger, entre outros tantos. Por outro lado, é extremamente preocupante o fato de que pouca ou nenhuma atenção se de aos fatos e advertências ali postadas por nossos colegas. Afinal, se poucas são as atitudes que podemos tomar para defender nossos interesses, e de modo geral aos de toda a comunidade da qual faz parte a nossa Universidade, pelo menos nos restao poder da escrita. Talvez, não com a eloqüência de um Rui Barbosa, tampouco com a clareza e sutileza de um Machado de Assis, ou mesmo com a ferinidade de um Maquiavel. Mas com toda certeza, não podemos ficar calados, ou melhor, não podemos silenciar nossas penas de escrever.
Com toda certeza, sabemos que desde o seu nascimento o homem já entra em batalha corporal com a loucura denominada “vida”. É forçado a sair de um local quentinho, agradável, silencioso e que lhe proporciona relativa segurança. É abruptamente separado, mesmo que momentaneamente, do único ser que ele conhece: sua mãe. É conduzido por seres estranhos, a um local estranho e lá é submetido a todo tipo de experiências. Após algum tempo, se estiver tudo certinho, ele é liberado com sua mãe e é levado para seu lar. Lá, também, passará por algumas situações muito loucas: Se a mãe trabalhar fora, logo ele se verá as voltas com outras pessoas encarregadas de cuidar e de o protegerem. Bom, ora pode ser uma babá, um irmão mais velho, se ele tiver um, ou mesmo o pai ou a avó ou qualquer tia que estiver disponível. Inicia, aí então, a mais ferrenha de todas as batalhas: a luta pela sobrevivência em meio á guerra que se lhe avizinha. Vivemos em constante batalha, ora perdendo, ora ganhando.
Bem, continuemos com nossa análise deste novo indivíduo que se forma. Ele, o outrora bebê, já é um homem formado e foi moldado durante toda a sua vida pelas circunstâncias que ele encontrou pela frente. Logo ele aprende que, nesta luta ferrenha pela sobrevivência, existem algumas coisas mais e outras menos importantes. Ele sabe que uma das coisas que mais lhe proporcionará uma relativa segurança, será o quão alta será a sua conta bancária. Pronto. Eis aí um futuro louco e ferrenho lutador. E ele não está de todo incorreto, se não, vejamos que nem a cuba de Diógenes ele poderá ter para seu refúgio. Visto que a sociedade cobra de cada um de nós seu quinhão e quanto podemos gastar para obtermos mais ou menos conforto. Aí iniciam as desigualdades, uns fazem conchavos, vendem sua ética, sua moral, seu corpo, suas idéias, seus valores, e o que mais for necessário. (Um claro exemplo está aí, bem debaixo do nosso nariz, elegemos um presidente que vendeu a própria alma, se é que ele alguma vez a teve. Pobre coitado dá até pena de assistir aos seus pronunciamentos, virou bola da vez, e serve de mote a todo tipo de glosa. E, o que a meu ver, é muito pior, alguns colegas nossos elogiam, aplaudem, babam-se todo e travestem-se com a couraça do estoicismo para defender tal “otoridade”. Arrufam-se todo e tecem uma litania interminável em prol da honra de tal chalreador. Bem, isto será tema para outro artigo).
Assistimos, ou escutamos todos os dias na mídia, que a polícia federal desbaratou ou este ou aquele esquema para obter dinheiro fácil de modo ilícito e completamente desonesto. Que a operação moeda verde ou a operação sanguessuga (sei lá o que mais, pois pobre da polícia federald+ já não tem mais alcunhas para designar suas operações, tantas são as artimanhas ilícitas engendradas por aqueles que deveriam zelar pelos bons costumes e dar bons exemplos em sua conduta), desbaratou e prendeu políticos, advogados, promotores, juízes, sei lá (novamente) quem mais. Escrófulas, estrompadores, flauteadores, sanguessugas da pior espécie. Estes que deveriam dar bons exemplos estão eivados e arrufam completamente nossos sentimentos mais puros e nobres.
Lemos toda semana no boletim da Apufsc, que o PAC, o PDE, a Universidade Nova, as cotas o Reuni estão aí, as portas, e a qualquer momento podem arrombar esta frágil porta que separa a tênue linha entre a privatização e a Universidade pública, gratuita e de qualidade. O nefasto objetivo se escancara em nossa frente, mas insistimos em não ver, o de retirar do estado, cada vez mais, a responsabilidade com a educação, a saúde e a esperança de toda uma nação.
Enquanto isto ocorre, bem debaixo de nosso inelutável mecenantismo, se gasta aproximadamente 4 bilhões de reais com uma ridícula campanha esportiva, denominada: Pan 2007. Isto é o que se informa oficialmente, porém, por detrás dos panos, muita água rola por debaixo da ponte. E o que fazemos nós? Que eu saiba, posso estar enganado, nada. Talvez não sejam necessários arroubos ou atos desvairados de patriotismo, mas por que não algum ato mais simples como a denuncia por escrito? Algum alerta na imprensa escrita, uma simples nota, um crônica bem colocada, um alerta num rodapé de um grande jornal, ou sei lá o que mais possa, pacificamente, ser feito??? É por este motivo que parabenizo aos nobres colegas que reservam algum tempo para denunciar, para esclarecer, para dar vazão ao seu descontentamento com toda esta garabulha que assola este nosso País.