Há um provérbio oriental que diz: “quem vence dragões, também vira dragão”. Por que destaco isto? Porque vimos lendo nos mais recentes boletins de nossa entidade, os procedimentos, as atitudes e as manifestações de alguns da diretoria atual bem como de diretoria anteriores, de aversão à crítica e da resistência em realizar a autocrítica. Inclusive tentam atingir o atual presidente professor Armando Lisboa, sugerindo seu afastamento da diretoria por ter a ousadia de escrever artigo manifestando o desejo de refundar o sindicato e o movimento docente para torná-lo representativo das bases.
Está em jogo aqui a disputa pelo poder, ou melhor, a manutenção do poder no qual se encastelaram, reforçando a postura de que representam a luta do bem contra o mal (mal aqui representado por quem quer mudanças, reformas, melhorias, abertura de diálogo,…). Recusam-se a ouvir o clamor dos representados. O manifesto de apoio assinado por mais de 600 docentes de vários departamentos evidencia o futuro que aguarda a quem não considerar e simplesmente desconhecer os fatos que vem acontecendo. Há um sentimento de varrer do espaço político posturas arcaicas, dinossauros da política, colegas desidentificados, descolados, isolados da grande maioria, fechando os olhos à realidade.
Afinal, ao assumir o poder, este “sobe à cabeça” dos dirigentes, esquecendo de realizar uma gestão em sintonia ética com os representados, gerando crises que se alastram, com decisões minoritárias e enganando a si e aos outros, acreditando que defendem os interesses da categoria, isolando-se a cada dia da realidade.
Uma constatação que vai além do anteriormente citado. O relato do professor Armando Lisboa sobre a questão da URP (audiência pública em Brasília – ler boletim n° 600 de 02/07), onde tanto Andes (temos como presidente o professor Paulo Rizzo dispensado de suas atividades acadêmicas para nos representar) e Andifes (temos como vice-presidente o professor Lúcio Botelho, reitor da UFSC e a completar 16 anos no poder na UFSC) nunca (friso meu) encaminharam soluções para várias questões relativas à carreira do magistério, entre elas essa injustiça intra-universidades de Urpados e Desurpados.
Como declara Robert Kurz: “o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder as torna estupidíssimas”. Eu reformularia a frase destacando que, não se trata de todas e sim de algumas pessoas…, pois temos alguns exemplos que não tornariam universal a frase, como o sábio Nelson Mandela que tornou o poder transitório, enquanto Fidel Castro ou o atual “líder” folclórico Hugo Chávez que pretendem se eternizar no poder, uma vez que este seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes.
Mas sobre o poder no Andes e na UFSC, requer uma análise mais pormenorizada em próximos artigos.