A renovação semestral do contrato com a Unimed não ocorreu no início de maio, pois além de ilegal, era prejudicial aos professores.
A pesquisa de opinião sobre planos de saúde (disponível em http://www.observatoriodasaude.ufsc.br/) inaugura a saudável novidade de consultar o conjunto dos colegas antes de tomar uma decisão.
A pesquisa termina nesta semana. Participem!!!
A Apufsc pode funcionar de outro modo, e um começo é participando desta pesquisa. Muitos professores da UFSC são da opinião da necessidade de mudarmos nossa organização sindical, de forma a adequá-la às oportunidades históricas contemporâneas. Se mudou o lugar do trabalho na sociedade da informação, há que se repensar os interesses do trabalho e os métodos para sua defesa. A seguir, um comentário sobre cada ponto do questionário:
Você possui plano privado de assistência à saúde?
A questão bem simples é: os professores querem ou não querem ter um plano privado de assistência suplementar à saúde. Obviamente, caso não queiram, a única alternativa é o SUS.
Há quanto tempo possui plano privado de assistência à saúde?
Esta questão situa na linha do tempo histórico, demarcando os contratos anteriores e posteriores a regulação pela ANS. Além disto, permite uma avaliação subjetiva da “fidelização” de clientes.
Qual a área de abrangência que satisfaz sua necessidade de cuidados e atendimentos num plano privado de assistência à saúde?
Os planos podem ser regional, estadual ou nacional. O grau de abrangência interfere no preço do prêmio para o cliente. O professor pode optar por ter cobertura apenas no estado de Santa Catarina, entendendo que sua permanência em outros estados implica em risco que não pode ser coberto. Isto pode ser “trocado”, por exemplo pelo acesso ao rol de procedimentos sempre atualizados na ANS. Ou simplesmente por desconto em folha menor.
Se for adquirir um plano privado de assistência à saúde, você exige:
É fundamental partir do conceito prático de que o Estado regula o mercado para reduzir suas “imperfeições”. A regulação do mercado de saúde suplementar é interesse público. Há uma lei regulamentando a adaptação de contratos , que está na biblioteca do Observatório. Mais informação sobre a adaptação de contratos antigos pode ser obtida em artigo do prof. Clovis Lima, que a ANS publicou no Fórum de Saúde Suplementar em 2003, quando o governo Lula fez uma rodada de discussão do que fazer neste mercado.
A migração dos contratos antigos para os contratos novos, regulados, é necessária para que a ANS possa controlar reajustes de preços e atualizar o rol de procedimentos. Sem ela os beneficiários perdem em acesso a tecnologia.
Qual tipo de cobertura é mais interessante para você em um plano privado de assistência à saúde?
A questão do acesso ou não as internações hospitalares depende profundamente do poder de compra de um seguro privado. Aqui é uma decisão de compra. A opção só por internações pode ser interessante se o cliente tem acesso a outros serviços ambulatoriais. A opção só por consultas pode ser interessante para quem quer (ou só pode) ter acesso ao cuidado médico.
Qual é sua preferência de acomodação para a Internação Hospitalar em um plano privado de assistência à saúde?
A questão da acomodação também depende profundamente do poder de compra de um seguro privado. A opção por enfermaria implica em importante redução de custos e, conseqüentemente, no valor do prêmio. As internações em enfermarias privadas diferem das internações em enfermarias do SUS. Aqui também pode entrar a prioridade para o acesso ao cuidado médico.
Você possui dependentes (esposo, esposa e filhos até 24 anos), aos quais oferece um plano privado de assistência à saúde?
A estimativa do tamanho da carteira é importante para a tomada de decisão de preços e de produtos. Além disto, esta informação permite avaliar a correlação entre numero de dependentes com as demais opiniões nesta pesquisa.
Você contrata um plano privado de assistência à saúde com co-participação em consultas, exames e terapias?
A co-participação nas despesas com uso do plano de saúde (de 20% ou 50%) reduz o valor do prêmio (mensalidade) a ser pago pelo beneficiário. É procedimento regulado que incide apenas sobre as consultas, exames e terapias.
Este decisão depende da freqüência de uso e de expectativa de agravos. É uma decisão de preço. Se vou pouco ao médico, e estou bem de saúde, correr o risco de ter que pagar 20% dos procedimentos eletivos pode ser uma opção. Os procedimentos de urgência e emergência não têm co-participação.
A co-participação é um meio termo regulado entre um plano convencional e a atual modalidade de custo operacional, onde os beneficiários pagam todas as despesas pelo plano.
Qual das operadoras você escolhe contratar para ter um plano privado de assistência à saúde?
É provável que os professores não querem mudar de operadora privada plano de saúde agora, mas é importante que isto seja ratificado. A pergunta é: existem opções? Quais são? E no curto prazo?
Existem opções sim: a criação de um plano próprio, administrado pela Apufsc ou pela reitoriad+ e a contratação de outra operadora pela Apufsc ou pela reitoria. As opções de administração e de contratação pela reitoria dependem de orçamento e financeiro em 2008. Não há nada de certo nisto.
A opção de criação de um plano próprio é complexa, mas possível.
A contratação de outra operadora. Quais? Cassi (dos funcionários do Banco do Brasil), Geap, as seguradoras (Bradesco, Itaú, etc.) e a eventual implantação de uma medicina de grupo convidada. Esta ultima opção envolve uma difícil negociação com os médicos de Florianópolis.
A Cassi seria um caso especial, a ser autorizado pela ANS. Depende de uma boa negociação. É possível. Eles têm excelentes produtos. Nossa dificuldade seriam os preços dos prêmios. Teríamos que ficar com as opções de “nível médio”.
A Geap seria uma opção. Seria porque ela está endividada, atrasando pagamento de fornecedores e, o pior, com uma carteira de beneficiários envelhecida. É um “mico” no mercado. Ela poderia ser saneada pelo governo federal. Poderia, mas isto não parece provável.