Há muito se vem discutindo o porquê da pequena participação dos sindicalizados da Apufsc nas campanhas promovidas pela entidade. As hipóteses para isto têm sido várias, tais como a sobrecarga de trabalho dos professores, o distanciamento das diretorias do sindicato das questões que afligem os professores e o fato da forma de participação dos professores estar concentrada quase que exclusivamente nas assembléias gerais.
Em artigo publicado no Boletim da Apufsc nº 597, de 11 de junho último, o professor Armando Lisboa, presidente da entidade, resgata a questão da baixa mobilização dos professores e da relação entre sindicato e sindicalizados. Algumas posturas do presidente do sindicato, reveladas em seu artigo, mereceram críticas de professores da UFSC, os quais expressaram suas opiniões em artigo publicado no Boletim nº 598, de 18 de junho. Lá consideraram algumas posições do presidente da entidade como equivocadas, emocionais e preconceituosas. Críticas duras a um presidente que além de estar em início de gestão, assume a direção de uma entidade que atravessa um momento de crise. Equívocos todos nós cometemos, na presidência de uma entidade ou fora dela e o próprio presidente reconhece que pode ter errado no encaminhamento de algumas questões, o que demonstra sua vontade em acertar.
O alegado preconceito do presidente contra os aposentados parece vir do comentário a respeito de uma deliberação de paralisação de professores tomada por uma dezena de professores, dos quais metade não sofreria o desgaste da posição tomada pelo fato de estarem aposentados. Este comentário nos parece antes ser fruto de sensibilidade que de preconceito. O inverso também seria preocupante, caso a deliberação tomada envolvesse ações de muito desgaste apenas para os aposentados.
Críticas à parte, é interessante notar uma clara convergência entre os dois artigos com relação à necessidade de mudanças na relação sindicato e sindicalizados. Algumas propostas de ação chegam a ser bastante semelhantes, como a de realização de um Congresso de professores para orientar as ações do sindicato. Então, nos parece que estamos todos na mesma direção, na de aproximar o sindicato dos sindicalizados, e apostar no enfraquecimento do Presidente da entidade em nada auxilia no processo de mudanças que todos nós acreditamos serem necessárias.