Gostaria de dar um breve depoimento sobre o trabalho do professor Armando Lisboa, a quem conheço há 28 anos, na presidência da Apufsc.
Digo isto motivado pelo artigo que o professor Carlos Soares e outros publicaram no ultimo boletim da Associação, e particularmente pela afirmação: “Unimed não é um tema que nos divide”. Divide sim!
Quando o professor Armando assumiu a presidência da Apufsc, encontrou a relação com a Unimed esgarçada, sem qualquer diálogo e orientada para o conflito judicial.
Isto apesar do contrato com a Unimed ser o contrato de maior movimentação financeira da Apufsc, e provavelmente fundamental para muitos colegas se vincularem com o sindicato.
O professor Armando investiu na retomada de uma relação profissional, técnica, respeitosa e clara com a Unimed. Digo isto porque participei com ele das reuniões quase semanais de fevereiro a maio. Participei porque conheço bem a regulação deste mercado, após ter trabalhado na implantação da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
O professor Armando encontrou a irregularidade de dois reajustes anuais no contrato com a Unimed, por solicitação da antiga diretoria da Apufsc.
Isto foi corrigido na prática: após longas conversações com a Unimed, conseguimos que não houvesse aumento da mensalidade em abril. Assim, o reajuste acontecerá somente em setembro.
Investigamos a possibilidade de contrato com a Geap, buscada pela antiga diretoria da Apufsc. Isto sim é uma “aventura”: entrar numa operadora com a carteira de beneficiários envelhecida e que atrasa o pagamento dos seus fornecedores, quando a norma reguladora diz que ela deve ter reserva financeira para honrar compromissos dos três próximos meses.
A atual diretoria aprovou um plano de acompanhamento do contrato, proposto por mim após detalhadas discussões com o professor Armando.
Disto resulta agora a pioneira consulta ao coletivo dos professores efetivos ativos e inativos, filiados ou não à Apufsc, que está sendo realizada pelo Observatório da Saúde (www.observatoriodasaude.ufsc.br). Aberta até 13 de julho, a consulta sobre planos de saúde poderá orientar a tomada de decisões da Apufsc na discussão do contrato com a Unimed.
Nas demoradas negociações com a Unimed construímos opções para os professores: os contratos regional e estadual, o plano regulado, a acomodação em enfermaria e a co-participação de 20 ou 50% (com mensalidades menores).
O melhor: fizemos um acordo preliminar com a Unimed de que, se ocorrer a divisão dos beneficiários em diferentes produtos, num processo de adequação dos produtos às necessidades do beneficiário, a negociação será sempre uma só com o coletivo de professores.
Conquistamos a possibilidade dos professores fazerem a migração para o plano regulado sem qualquer carência, apenas para os interessados.
Enfim, estamos construindo uma administração racional do contrato com a Unimed com base numa relação contratual respeitosa e no conhecimento da regulação do mercado.
Isto tem que ser dito aos professores.
A questão do plano de saúde dos professores não é moral, e sim econômica. Não tenho mais 18 anos e preciso deste seguro de saúde, assim como 80% dos colegas professores em todo o país. Os professores têm autonomia de administrar seu próprio plano e não acredito que a administração pela reitoria traga benefícios.
Esta discussão rica e complexa podemos fazer através da Lista do Observatório da Saúde.