A cidade de Florianópolis atravessa essa semana do ambiente de modo muito particular. A operação Moeda Vede noticiada pelos veículos de comunicação nesse ultimo mês de maio revela uma rede de corrupção e ganância que desrespeita espaços – ambientes protegidos pela lei e que passam a ser negociados por valores bastante consideráveis.
A pergunta que queremos fazer é o que estamos fazendo para ter ambientes saudáveis. Muitas são as respostas, mas gostaríamos que você encontrasse outras respostas. Na Universidade Federal de Santa Catarina, estamos mais atentos ao nosso ambiente? Estamos buscando um ambiente agradável, cuidadod+ ambiente no seu conceito amplo que vem de dentro para fora e de fora para dentro? Temos que refletir sobre a água que bebemos, o alimento que ingerimos, a terra em que pisamos, as árvores e seus frutos. Sim, temos que encontrar tempo para encontrar outras relações entre o que ensinamos e nos desafia encontrar mais coerência em nossas práticas de ensinar e de aprender.
Mas temos ainda que olhar para a UFSC e seus arredores, rios, valas, recantos, jardins, canteiros, temos que acompanhar o Plano Diretor Participativo, a Lagoa da Conceição, as baías norte e sul, os mangues, rios, mananciais de água, qualidade de vida… Tudo isso é muito trabalho. Participar, viver numa cidade, morar, habitar é um grande desafio. Mas temos que compreender esse ambiente e seus conflitos. Fazemos parte. Por isso construir relações com nosso ambiente, mediar dificuldades, resistir às grandes investidas do capital sobre nossas vidas é um importante aprendizado.
Há um discurso defendendo uma necessidade de crescimento na UFSC, na cidade, na região, como se isso fosse natural. Mas temos que crescer? Será mesmo que esse é o caminho que desejamos fazer? Para quem vem esse crescimento, em que direção, para onde, que necessidade argumenta e fundamenta nosso ritmo? Será que nossa universidade não está crescendo a toque de caixa? Não que a caixa não seja um instrumento para marcar um ritmo musical, mas precisamos pensar melhor e participar. Como fazer esse processo acontecer com nossas mãos, corpos, atitudes e opinião?
Nessa semana convidamos você para um pequeno fazer em nosso ambiente. Pode ser no campus, num parque, numa praça, num canal, rio, praia, floresta. Plante uma árvore, traga terra adubada para um dos canteiros que você passa todo o dia quando vem para o trabalho, alimente os pássaros, preste atenção numa abelha recolhendo polens, respire o perfume de uma flor e isso pode fazer uma grande diferença no seu dia. Aproxime-se de um grupo, tome um gostoso café, chocolate quente ou um chá de preferência numa caneca que não seja descartável.
Com esse pequeno texto queremos lembrar e reverenciar a memória do professor Etienne Luiz da Silva, cujo falecimento completa 10 anos nesse dia 7 de junho, por ter teimado e nos deixado como exemplo de um professor que uniu o seu trabalho de formação universitária e à defesa do nosso ambiente.