Vindos de todos os cantos, trabalhadores do campo e da cidade, estudantes secundaristas e universitários, ambientalistas e militantes de partidos políticos, movimentos sociais e populares realizaram, na última quarta-feira, dia 23, a maior manifestação pública dos últimos anos em Florianópolis e deram seu recado: “nenhum direito a menos”.
O ato público que encerrou as atividades da Jornada Nacional de Lutas reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativas dos organizadores e da Polícia Militar no Centro da cidade.
A movimentação começou no início da tarde. Enquanto um grupo grande de servidores públicos federais se reuniam nas imediações da Praça XV, professores e servidores estaduais ligados ao Sinte vinham em caminhada desde a Praça Trancredo Neves, passando pela Secretaria de Educação, para registrar seu protesto contra a nomeação de um interventor para dirigir o Instituto Estadual de Educação (IEE). Outro grupo, composto por servidores e estudantes da UFSC, também rumava à Praça XV, descendo a rua dos Ilhéus.
A multidão se encontrou então na Praça e dali iniciou sua caminhada pelas principais ruas do Centro.
A primeira parada foi em frente à Câmara de Vereadores, na rua Anita Garibaldi, onde os manifestantes protestaram contra os descalabros denunciados recentemente pela Operação Moeda Verde. A passeata seguiu adiante, voltando à Praça XV e seguindo pela rua Tenente Silveira. Em seguida, desceu a rua Àlvaro de Carvalho e rumou para a entrada das pontes Colombo Sales e Pedro Ivo Campos.
Nas proximidades das pontes, um destacamento de choque da Polícia Militar aguardava pelos manifestantes. Os acessos para o continente foram fechados por quase uma hora. Depois de uma negociação com a PM, ficou acertado que a passeata ocuparia duas pistas da ponte. A passeata prosseguiu em direção ao continente e retornou à ilha, com o ato sendo encerrado às 20 horas em frente à Câmara de Vereadores.
A força da manifestação mostrou que é possível unificar a luta dos movimentos sociais. O ato serviu para que várias categorias de trabalhadores unissem reivindicações coletivas com protestos específicos de cada setor, reunindo o MST, servidores municipais, estaduais e federais e os trabalhadores da iniciativa privada. O ponto de unificação foi o protesto contra as propostas do governo Lula para a Previdência dos trabalhadores da iniciativa privada, com o aumento da idade mínima para aposentadoriad+ contra o fundo de pensão complementar dos servidores federaisd+ contra a implementação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 01/07, que congela os salários dos servidores públicos, contra a proposta de lei que inviabiliza a greve no serviço público, e pela manutenção do veto à Emenda 3, entre outras medidas que reduzem e ameaçam direitos históricos.