A Apufsc está denunciando ao Ministério Público e ao Poder Judiciário de Santa Catarina as articulações feitas pelo diretor do Centro Tecnológico, Júlio Felipe Szemereta, presidente da Feesc afastado judicialmente, para interferir no trabalho da administração provisória da Fundação. A Seção Sindical solicita que Szemereta seja impedido de continuar exercendo suas funções como diretor do CTC.
No dia 19 de abril, usando (abusando?) dos poderes de seu cargo de diretor do CTC, Szemereta remeteu e-mail aos chefes de departamento (veja cópia abaixo), convocando (pressionando?) estes a assinarem e coletarem assinaturas para um manifesto para combater as decisões da interventora, entre elas as demissões ocorridas na semana retrasada, por, supostamente, estarem “colocando em risco sério os projetos em andamento”.
É interessante notar, que, no e-mail, o diretor do CTC afirma que “nossos advogados estão preparando um mandado de segurança, para ver se com esta medida extrema conseguiremos estancar estas atitudes. Para fundamentar esta ação judicial,os advogados entendem que uma manifestação dos pesquisadores /coordenadores de projetos na Feesc,é importantíssima”.
Não consta que o Centro Tecnológico disponha de assessoria jurídica própria. Estaria ele se referindo aos advogados da Feesc? Mesmo afastado da presidência da fundação, Szeremeta continua dando ordens aos funcionários da Feesc? Além da interferência indevida, já que a Justiça afastou a direção da fundação justamente para que se houvesse isenção na apuração das irregularidades, a atitude revela o grau de promiscuidade que existe entre a direção de um centro de ensino de uma universidade pública e uma entidade privada como a fundação.
Diante disso, a Apufsc encaminhou ofício ao Ministério Público de Santa Catarina e ao juiz responsável pela intervenção judicial informando o ocorrido e solicitando providências. A Seção Sindical entende que para apurar com rigor as irregularidades, a interventora deve ter “força total e agir sem interferência ou influência da direção afastada”.
O documento também destaca que o atual diretor do CTC “continua interferindo nos assuntos relativos à intervenção judicial, prejudicando e obstruindo a ação da justiça, pois está articulando politicamente ações para derrubar as últimas medidas tomadas pela interventora” e solicita que “o professor Júlio F. Szeremeta seja impedido de continuar exercendo suas funções de diretor do CTC, evitando que ele continue a interferir indevidamente em todo o processo de intervenção judicial da Feesc”.
A questão é simples: considerando ou não as fundações de apoio importantes para a UFSC, ninguém está acima da lei. Se irregularidades foram cometidas, devem ser apuradas com rigor e os responsáveis punidos. E para que isso ocorra, o trabalho da administração judicial e da auditoria na Feesc devem transcorrer de forma isenta, livre de pressões de quem tem interesse direto no resultado das investigações.